ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 30 de maio de 2014

UMA MOÇÃO DE CENSURA OU UM TOQUE A FINADOS?

Os significativos pouco mais de 4% dos votos que os eleitores portugueses lhe concederam, o que corresponde aos 12% que recebeu dos 34% que votaram, fez o PC embandeirar em arco e apresentar uma moção de censura ao Governo na qual, sem qualquer novidade, vociferou as acusações da ordem e gritou os chavões do costume, como é próprio de um partido anquilosado que procura refúgio nos procedimentos próprios de uma ideologia que a História há muito desmistificou.
Não seria a moção de censura digna de qualquer reparo se não fosse o incompreensível apoio que o Partido Socialista lhe dispensou, votando-a favoravelmente, apesar dos ataques que, dela vindos, teve de suportar.  
Uma contradição sem sentido tanto pelas razões da própria moção como pela renúncia a princípios antes definidos pelos socialistas e pelos quais a moção seria um frete ao Governo que, apoiado na sua maioria, facilmente impediria o seu sucesso.
E que conclusões tirar do facto de até o cabeça de lista socialista nas eleições europeias recusar o voto favorável que o PS, apesar de tudo, decidiu dar à moção comunista, quebrando a disciplina de voto que lhe era imposta?
É assim, feita de desencantos e de equívocos, a balbúrdia instalada no PS onde se cantou a grande vitória que não passou do apoio de apenas 10% dos portugueses com direito a voto!
Mas não menos preocupados deverão estar os que apoiam o Governo porque não conseguiram mais do que 9% dos que ainda se decidiram a dar mais uma oportunidade a uma democracia estagnada em conceitos caducos e à qual falta o entendimento das grandes questões de um presente que se não compadece com as fantasias que as suas regras consentem.
Foi da maior gravidade o que aconteceu. Uma clara chamada de atenção aos políticos incapazes de proteger os cidadãos dos interesses perversos que, cada vez mais, os sufocam e sugam o suor do seu esforço como os vampiros sugam o sangue às suas vítimas.
Apesar do claríssimo reparo feito pelos cidadãos eleitores, não acredito que, tanto em Portugal como na Europa, os poderes instalados façam muito mais do que os habituais truques de magia com que ainda iludem os cada vez menos tolos que, com eles, se deslumbram.

  

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