Não pode deixar de causar espanto a atitude de António José Seguro quando confrontado com a “revolta
interna” que os recentes resultados eleitorais geraram e pelos quais lhe é
pedida a marcação de um Congresso extraordinário para eleição de um possível novo Secretário Geral, cargo para o qual António Costa prontamente se disponibilizou.
Considerada notável por
uns mas “de Pirro” por outros, a vitória socialista ficou muito distante do
castigo que o PS pediu aos eleitores para a “maioria parlamentar” que, contestada por manifestações de desagrado do povo já cansado de
austeridade, não teria já a legitimidade democrática de que o governo por ela apoiado necessitaria para se manter.
De algum modo, o que
sucedeu nas eleições europeias que o PS pretendeu fossem um teste de legitimidade do Governo, é uma derrota do líder que não conseguiu alcançar um objectivo por si
definido como fundamental para a recuperação do país, pelo que teve de
conter-se no pedido de eleições legislativas antecipadas que uma esmagadora
vitória lhe permitiria reclamar.
É, por isso, estranho que Seguro afirme ser "uma situação única no PS e na democracia portuguesa a
contestação a um líder que (….) está legitimado democraticamente" quando alguém entende ser o fracasso sofrido motivo bastante para o seu afastamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário