Como pessoa normal e politicamente
descomprometida que sou, aborrece-me esta austeridade que más governações
causaram e não consigo evitar as críticas que tal me suscita. Por isso penso e digo o
que me parece ser justo de pensar e de dizer em cada momento, independentemente de o fazer a
propósito dos actos de quem governa ou das atitudes de quem se lhe opõe. E se uns
me merecem críticas por algumas coisas que não fazem bem, outros mas merecem pelo
que, de todo, não fazem, pelo oportunismo de atitudes que tomam ou pelo
aproveitamento safado das inevitabilidades a que um resgate financeiro sempre
dá lugar.
Por isso me desagrada ler
uma afirmação como esta “O PS considerou hoje que as avaliações positivas do
Governo e da 'troika' ao programa de ajustamento têm sempre como consequência
mais austeridade em Portugal e acusou o executivo de ter ultrapassado os
limites da "dissimulação".
Como
não posso, sequer, imaginar que o PS não tenha noção das consequências do
protocolo de resgate financeiro que, quando governo, assinou, apenas posso
entender aquela afirmação como um aproveitamento perverso quanto à situação que se vive e, com estas afirmações distorcidamente oportunistas, confundir ainda mais o povo para dele ter o voto que deseja para reassumir o poder por cujo mau uso quase miserável o tornou.
Não
me sinto bem com a perspectiva de inutilizar um esforço enorme que, juntamente
com a enorme maioria dos portugueses, fiz ao longo de uns anos para
reequilibrar uma situação que a mania das grandezas de alguns desequilibrou. O
pior é sentir que a “esperteza saloia” poderá fazer o seu caminho de tentativa
de regresso a um passado de ilusão que nos poderá fazer voltar a cair no fosso
do qual, com muito esforço, tentamos sair.
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