ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 6 de maio de 2014

GISELLE, QUE DECISÃO?

Foi com uma raiva mal contida que assisti à notícia de que um tribunal português decidiu, apesar de tudo o que fazia crer que assim não aconteceria, entregar uma criança portuguesa à mãe irlandesa e residente na Irlanda, apesar do desejo explícito da criança para continuar com o pai que dela cuidava e de todas as consequências negativas, claramente explicadas pela própria criança também, de uma decisão incompreensível, aparentemente até desumana.
Está em causa o “superior interesse” de uma criança que com uma maturidade notável para a sua idade, manifesta uma vontade inequívoca de viver com o pai e é compelida, à força por policiais, a deixar os braços do seu pai para embarcar num avião onde não queria entrar e a ser envolvida por braços que não conhece, os do seu padrasto.
Vejo como tanta gente se manifesta e exige do poder político o esclarecimento dos actos que pratica, os quais frequentemente critica, quantas vezes até de um modo civicamente excessivo.
Sendo assim, por que razão se não exigirá o mesmo do poder judicial pelas decisões que toma em nome do povo português?
Decerto que quem tomou esta decisão contra a vontade clara de alguém em nome de cujo interesse supostamente decidiu, terá razões que deveria explicar a quem não pode deixar de julgar, também, os seus actos.
Infelizmente, não é esta a primeira vez que, em nome do “superior interesse da criança", parece serem cometidos verdadeiros atropelos a esse mesmo interesse. Dúvida que não deveria persistir.

Mas terá o Tribunal a coragem de esclarecer? Ou o povo em nome de quem decide não o merece?


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