Ontem estive a ouvir um
programa em que alguém do PS e alguém que o não era se confrontavam acerca do
que teria ou não dito a ministra das finanças a propósito de uma “carta de
intenções” que, com a saída da troika, o Governo português teria de enviar ao
FMI.
Mais memorando para aqui e
mais relatório da última avaliação para ali, sem esquecer o já famigerado DEO, o
que seria, afinal, aquilo que a ministra disse? A discussão terminou,
naturalmente, sem que os dois se entendessem e com a moderadora sem conseguir,
a propósito da questão, demonstrar a equidistância que eu esperaria que
tivesse.
Eu ouvi o que ministra disse
e, como me pareceu que falou em português, entendi que a “carta de intenções”
nada conteria para além do que, pelo que fora já dito, os portugueses já
conheciam. Mais ainda e como é natural que a “carta” diga o óbvio que um credor
quer garantido por quem tem para com ele uma dívida, não me pareceu que ela
pudesse ser aquele problema bicudo que o alguém do PS entende que seja e, por
isso, o quer esclarecido antes das eleições para o Parlamento europeu.
Será que o alguém do PS
tem razão quando diz que o PS não fala por falar, mesmo sem explicar o porque
de assim falar, ou apenas pretendeu lançar a dúvida que baralhará os eleitores
de modo a beneficiar o seu partido nas eleições que se aproximam? Veremos se a “castanha”
lhe não rebenta nas mãos… Sei lá.
Mais uma vez tive de
concluir que, em política, o que se diz não é bem o que se quer dizer e lá vêem
os “recados” nas entrelinhas que acabarão por ser o que o político discursante
efectivamente quer dizer e os vários comentadores políticos traduzem cada qual
ao seu modo. É um linguarejar estranho este que, tal como os camaleões, toma a
cor que, na oportunidade, mais convier.
Mas, opinem os
comentadores como opinarem, confundam os políticos os eleitores como melhor
julgarem convir-lhes, a troika não sairá, efectivamente, tão cedo de Portugal porque
existe uma dívida enorme que pretendem que seja saldada.
Este é, sem qualquer
dúvida e diga Sócrates o que disser, o resultado da necessidade de a troika um
dia ter entrado em Portugal porque nos endividámos excessivamente em consequência
de uma política levianamente gastadora. E é isso que alguém do PS e alguém que
o não é sabem perfeitamente.
Esperar de credores outra
coisa é como que esperar que a vaca tussa! Mas a vaca não tosse e como é nisto
que se baseia a proposta de governação do PS, melhor será esperar sentado.
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