A dieta mediterrânica
portuguesa
foi classificada como Património Imaterial da Humanidade pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em Baku, no
Azerbaijão.
Depois do Fado, a canção
especial que Portugal doou ao mundo para fazer parte do seu património, é esta
dieta tão especial mas, por vezes, tão esquecida que o mundo adopta, agora,
também como sua.
Não se trata de uma dieta
com um propósito específico qualquer como tantas que por ai se apregoam para
emagrecer ou outras coisas, mas sim do aproveitamento das características de
uma região que tem nos legumes, no peixe e no azeite os principais elementos
utilizados na alimentação.
A apanha da azeitona, a
pesca, a horticultura, o cultivo de cereais e outras actividades que a
sobrevivência exigia, faziam parte da própria dieta, da qual o exercício físico
era parte importante.
A dieta mediterrânica é,
pois, o resultado de um estilo de vida que deriva dos alimentos consumidos e da
forma dinâmica de viver própria das regiões mediterrânicas com características
muito particulares, bem diferentes de outros lugares da Europa e do mundo. É,
afinal, uma cultura que pouco tem a ver com outras que, consideradas mais
“evoluídas”, em países economicamente mais desenvolvidos, acabaram por se
impor, substituindo a simplicidade e os benefícios de um modo de viver mais
natural.
Foi Ancel Keys quem, na
década de quarenta do século passado, quando a influência de outras culturas
era, ainda, pequena, adoptou a designação de Dieta mediterrânica para se
referir ao modo de alimentação dos povos da Região do Mediterrâneo onde se
apercebeu de que certas doenças, como as vasculares, coronárias, a obesidade e a
diabetes, por exemplo, eram bem menos frequentes do que em outros países da
Europa Central e do Norte, como nos Estados Unidos também.
A dieta mediterrânica tem
como gordura básica o azeite cujas excelentes propriedades o tornam a rainha das gorduras. O consumo de legumes e
de cereais, frutas, vegetais, peixe, lacticínios, baixo consumo de carnes e
seus derivados, consumo moderado de vinho e ingestão de muita água, são a base
de uma dieta saudável por ser rica em boas gorduras, ómega 3, proteínas de
peixe e vitaminas antioxidantes. O consumo de carne vermelha é muito reduzido,
preferindo a carne de aves e os ovos.
A dieta mediterrânica
evita as gorduras saturadas, não elimina o açucar e os doces, mas limita-os a um
consumo não excessivo.
Esta alimentação nada tem
a ver com a que, vinda de fora, se tornou mais adoptada, com “barritas”,
diversos tipos de “cereais” preparados para comer adicionando leite, excesso de
carne vermelha e outras coisas que, ainda que apelidadas de saudáveis, de todo
o não são.
Na dieta se pode notar uma
diferença cultural que, sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial se foi,
infelizmente, esbatendo, tomando-se por uma evolução positiva, por
desenvolvimento o que é, de facto, um retrocesso!
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