ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

MEMÓRIAS DE 2013 E VOTOS DE FELIZ ANO NOVO


Este velho hábito de pensar que “ano novo, vida nova”, provém, certamente, de uma necessidade íntima de esquecer as coisas más que tenham acontecido, esperando que a sorte seja mais amiga nos tempos que vão chegar, como se uma magia feliz fosse a continuidade entre dois tempos que, como quaisquer outros, se sucedem na continuidade de algo que, em muito, nos excede.
Mas nada mais haverá para além de um desejo, de uma vontade, ténue que seja, de que, no ano que se aproxima, as coisas aconteçam melhores. Acabe esta “crise” que nos faz sofrer, terminem tantas guerras, na Síria, no Sudão, no Iémen e mais seja onde for, abrandem as fúrias da Natureza que tantas desgraças têm causado e regresse aquela paz podre que foi a receita que nos permitiu viver supostos anos de felicidade, porque a vida é uma luta que nunca termina, uma guerra que nunca está ganha. Por isso, é connosco que mais teremos de contar para ultrapassar as dificuldades, em vez de esperar dos outros a ajuda de que necessitamos.
Esta passagem de ano, como todas as que a antecederam nos tempos desta Humanidade, não será, desta vez também, mais do que uma noite com uma farra maior ou menor, após cuja ressaca nos voltamos a dar conta da realidade que vivemos e pela qual é mais fácil pôr nos outros as culpas que também são nossas. Por isso todos temos tendência para pensar que nós não gastámos demais. É o Governo que rouba!
Mas não será esquecendo-as ou negando-as que redimiremos as nossas culpas, as enormes culpas que a ambição cega nos levou a cometer mas cremos não termos de pagar, mas sim os outros, porque nós sempre fomos aqueles “santinhos” bem intencionados que tudo fizeram certo e temos direito a tudo.
Entre as mudanças que o Papa Francisco promove e as atitudes que nos sugere, lemas de um mundo novo que bom seria aprendermos a viver, o da "pobreza" e da solidariedade, e o que se passa na Síria onde os interesses das grandes potências do mundo continuam a confrontar-se, eu prefiro a tranquilidade da paz de espírito que a aceitação da nossa humanidade nos pode trazer, fazendo dela o propósito que faça de 2014 o ano da mudança que, inevitavelmente, terá de acontecer! E que aconteça de um modo que a nossa inteligência nos permita aceitar.
Por isso, a todos desejo um 2014 que seja a transição para a felicidade!




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