Ultrapassado o prazo para o fazer, é evidente que o Presidente da República não enviou o OE para análise constitucional preventiva, o que significa que o promulgará para entrar em vigor no primeiro dia do próximo ano.
As
críticas do PCP e do BE não se fizeram esperar e, como é seu costume, invocam
os “roubos” que o OE faz aos trabalhadores, repetindo os chavões que são,
infelizmente, as suas únicas razões para o criticar. Sonham com riquezas que
não existem e nem, sequer, têm uma noção clara do futuro que nos espera.
Pessoalmente,
pergunto-me se, caso fosse o PR, aprovaria este OE para o qual, no tempo que
corre e nas condições em que nos encontramos, não vejo alternativas razoáveis. Não
duvido que ele continua a austeridade a que a falência financeira do Estado
Português, causada por governos incompetentes e sem visão de futuro, nos
obriga, mas não vejo como fugir a uma outra situação, por eles também criada, e
nos obriga a cumprir as regras que aceitámos ao aderir à Europa e ao Euro.
Por
isso concluo que não é no OE que podem estar os males de que o acusam, mas nas
razões que o ditaram, bem como me pareceria suicídio evitar que entre em vigor
quando de tal resultariam consequências extremamente dolorosas, com
consequências de austeridade bem mais duras do que as que o próprio orçamento
prevê.
Mas,
em meu juízo, continua em aberto o futuro a que nos conduz esta atitude da qual
não podemos fugir, se não tivermos a noção clara de que o regresso ao passado
não passa de uma miragem.
Não
esperem os “trabalhadores” a reconquista das “conquistas” revolucionárias que
todas as leviandades consentiram porque, agora, é de razão que se trata, de
condições reais que nos deveriam fazer reparar no que poderá ser, no futuro
próximo, esta economia condicionada por problemas inultrapassáveis.
Nem
pensem os exploradores que causaram toda esta tragédia que continuarão,
indefinida e impunemente, a usufruir dos equívocos que semearam, das fraudes
que cometeram e dos lucros que recolheram porque cada vez há menos de onde os
retirar!
E
suspiro profundamente, aliviado por não ter de tomar decisões que não seriam,
de todo, alguma das que foram tomadas…
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