ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O ORÇAMENTO DE ESTADO (OE)


Ultrapassado o prazo para o fazer, é evidente que o Presidente da República não enviou o OE para análise constitucional preventiva, o que significa que o promulgará para entrar em vigor no primeiro dia do próximo ano.
As críticas do PCP e do BE não se fizeram esperar e, como é seu costume, invocam os “roubos” que o OE faz aos trabalhadores, repetindo os chavões que são, infelizmente, as suas únicas razões para o criticar. Sonham com riquezas que não existem e nem, sequer, têm uma noção clara do futuro que nos espera.
Pessoalmente, pergunto-me se, caso fosse o PR, aprovaria este OE para o qual, no tempo que corre e nas condições em que nos encontramos, não vejo alternativas razoáveis. Não duvido que ele continua a austeridade a que a falência financeira do Estado Português, causada por governos incompetentes e sem visão de futuro, nos obriga, mas não vejo como fugir a uma outra situação, por eles também criada, e nos obriga a cumprir as regras que aceitámos ao aderir à Europa e ao Euro.
Por isso concluo que não é no OE que podem estar os males de que o acusam, mas nas razões que o ditaram, bem como me pareceria suicídio evitar que entre em vigor quando de tal resultariam consequências extremamente dolorosas, com consequências de austeridade bem mais duras do que as que o próprio orçamento prevê.
Mas, em meu juízo, continua em aberto o futuro a que nos conduz esta atitude da qual não podemos fugir, se não tivermos a noção clara de que o regresso ao passado não passa de uma miragem.
Não esperem os “trabalhadores” a reconquista das “conquistas” revolucionárias que todas as leviandades consentiram porque, agora, é de razão que se trata, de condições reais que nos deveriam fazer reparar no que poderá ser, no futuro próximo, esta economia condicionada por problemas inultrapassáveis.
Nem pensem os exploradores que causaram toda esta tragédia que continuarão, indefinida e impunemente, a usufruir dos equívocos que semearam, das fraudes que cometeram e dos lucros que recolheram porque cada vez há menos de onde os retirar!
E suspiro profundamente, aliviado por não ter de tomar decisões que não seriam, de todo, alguma das que foram tomadas…

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