ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

2015, O ANO DE UMA DECISÃO IMPORTANTE: DEIXAMOS SARAR AS FERIDAS COM TEMPO OU ARRANCAMOS O PENSO A DESTEMPO?


Quando, no governo de José Sócrates, os juros da dívida começaram a subir, ultrapassando limites razoáveis, mesmo aqueles que ameaçavam tornar a dívida insustentável, o então ministro das finanças não se mostrou muito preocupado, afirmando, até, que a situação seria controlável enquanto os juros não ultrapassassem a barreira dos 7%.
E continuava José Sócrates a defender a política do empurrão para a frente com projectos megalómanos de infra-estruturas que fariam ainda mais ricas ainda muitas empresas e mais pobre o país, fazendo crescer a dívida e complicando uma situação que a todos, com excepção dos insensatos, se revelava cada vez mais perigosa, até que, também ajudado por uma oposição que ambicionava o poder e, por isso, não se prestou à cooperação de que o país necessitava para sair da situação crítica em que já se encontrava, aconteceu o inevitável, o pedido de resgate financeiro.
Pouco me interessaram então as promessas eleitorais que, como sempre, apenas serviram para cativar os eleitores e não para esclarecer seja o que for, tanto mais que a Troika entraria em Portugal e nos imporia, inevitavelmente, as medidas de austeridade que não haveria como evitar, porque a bancarrota constantemente nos ameaçava.
E não puderam deixar de ser difíceis os tempos que se seguiram, com todos nós a pagar as consequências dos excessos antes cometidos, ainda que, porventura, nem sempre do modo que seria mais justo.
Passaram-se três anos ou pouco mais e, felizmente, os resultados dos sacrifícios feitos e pelos quais, naturalmente, todos muito reclamámos, começam a fazer-se sentir, quanto a mim mais como consequência de uma mudança de atitude que nos faz ter mais iniciativas e a ser menos dependentes do que possa acontecer do que por outras razões quaisquer.
Aos poucos, alguns de nós estão acordando para a nossa realidade e as iniciativas a que a necessidade obriga vão tomando o lugar do comodismo que alguns ainda conservam de nada terem de fazer para que os seus problemas sejam resolvidos pelos "direitos" que a Constituição lhes atribui!
É o começo do regresso a uma inevitável cultura de subsistência em que apenas o trabalho nos dará o que “direitos” alguns nos darão de forma sustentada.
Produzimos muito mais do que antes produzíamos, aos poucos vamos ocupando espaços e aproveitando recursos que estavam desprezados e, assim, vamos fazendo uma “revolução cultural” que, infelizmente, os inevitáveis ambiciosos do poder contrariam com insinuações de regresso à “boa vida” que nos levou ao charco! Porque mais do que o bem do país, o bem de todos nós, desejam realizar os seus projectos de ambição pessoal numa situação em que a fragilidade de muitos está demasiado permeável a promessas que, uma vez mais como em tantas outras vezes, de nada mais valem do que para os convencer.
Há diversos indicadores que nos deveriam motivar mais para a continuação de um esforço para conseguir melhor, para conseguir o muito que ainda podemos conseguir, do que para a aventura de uma mudança que ou continua o caminho que estamos a percorrer ou nos pode conduzir ao retrocesso que nos fará cair, de novo, no buraco do qual estamos a sair.
Todos nos recordamos, por certo, dos tempos em que o ministro dos negócios estrangeiros foi contestado pela sua afirmação de teríamos uma dívida sustentável ao atingir uma taxa de juros não superior a 4,5%, porque, dizia a oposição, com “esta política” jamais o conseguiríamos.
Não passou ainda tanto tempo assim e leio a notícia, fresquinha de hoje, que me informa de que “Pelas 09:45 em Lisboa, os juros da dívida portuguesa estavam a descer a dois anos para os 0,356%, a cinco anos, para os 1,328%, e a dez anos, para os 2,535%, mantendo a tendência de queda verificada na Quarta-Feira”.



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