ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

CORTAR OU GERIR O QUE TEMOS?


A Comunicação Social já nos habituou aos excessos que, sabe, vende as “notícias” que lhes garantem o negócio, mas que apenas o seriam se as norteassem propósitos de autêntica informação.
Raramente, se alguma vez, a CS resiste à tentação do exagero que escandaliza, aos títulos retorcidos, de caixa alta, que prendem a atenção dos distraídos mas distorcem a verdade.
A questão das urgências dos hospitais foi o mais recente “petisco” que as circunstâncias lhe serviram de bandeja para agitar o ambiente, depois de já estafados outros, como os de Sócrates e do BES que ficaram em banho maria.
Mas mais curiosa me parecem as intervenções do bastonário da Ordem dos Médicos que, entrando na bagunça, desvirtua as funções de quem deve participar na solução dos problemas que, sem dúvida, existem, em vez de colaborar com os que deles se aproveitam.
Aproveitar uma situação anormal de solicitação das urgências como aquela que, não sei bem por que, sempre acontece no Natal e no final do ano quando mais do que triplicam, parece-me mais um propósito do que informação, porque todos os anos tal sucede.
Faz-me lembrar aquelas greves como a que, recentemente, quiseram fazer na TAP, precisamente quando mais danos causava, de efeitos contrários aos que dizia querer resolver!!!
Um princípio básico de gestão de recursos é aquele que diz que se não podem dimensionar as soluções em função das ocorrências pontuais mais elevadas porque não haveria como sustentá-las. E como as ocorrências extremas são impossíveis de quantificar, o dimensionamento das soluções não as pode contemplar porque seria um desperdício de recursos muito escassos.
O mesmo acontece em todos os sectores que, inevitavelmente, reclamam, cada qual, a sua prioridade.
As carências pontuais são, pois, inevitáveis e, no caso da saúde, também compete aos utilizadores ter essa percepção que a chinfrineira criada lhes deturpa.
Na situação em que nos encontramos, muito próxima da que, um pouco por todo o lado, também acontece depois dos excessos de um “bem-estar” egoísta que não leva em conta as desgraças extremas que acontecem fora do seu mundo, onde nem hospitais existem, falar em cortes em vez de falar na gestão daquilo de que dispomos é ou não fazer ideia do que se passa ou ter um propósito de criar mal-estar que conduza a um determinado fim! Quanto mais pedir que se invista aquilo de que se não dispõe.
É nestas alturas que gostaria de saber o que fariam os contestatários se fossem os responsáveis pelas soluções. Mas nunca chegam a dizê-lo...


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