A Comunicação Social já nos habituou aos
excessos que, sabe, vende as “notícias” que lhes garantem o negócio, mas que apenas
o seriam se as norteassem propósitos de autêntica informação.
Raramente, se alguma vez, a CS resiste à
tentação do exagero que escandaliza, aos títulos retorcidos, de caixa alta,
que prendem a atenção dos distraídos mas distorcem a verdade.
A questão das urgências dos hospitais foi o
mais recente “petisco” que as circunstâncias lhe serviram de bandeja para
agitar o ambiente, depois de já estafados outros, como os de Sócrates e do BES que
ficaram em banho maria.
Mas mais curiosa me parecem as intervenções
do bastonário da Ordem dos Médicos que, entrando na bagunça, desvirtua as
funções de quem deve participar na solução dos problemas que, sem dúvida, existem, em vez
de colaborar com os que deles se aproveitam.
Aproveitar uma situação anormal de
solicitação das urgências como aquela que, não sei bem por que, sempre acontece
no Natal e no final do ano quando mais do que triplicam, parece-me mais um propósito
do que informação, porque todos os anos tal sucede.
Faz-me lembrar aquelas greves como a que,
recentemente, quiseram fazer na TAP, precisamente quando mais danos causava, de efeitos contrários aos que dizia querer resolver!!!
Um princípio básico de gestão de recursos é
aquele que diz que se não podem dimensionar as soluções em função das ocorrências pontuais mais elevadas porque não haveria como sustentá-las. E
como as ocorrências extremas são impossíveis de quantificar, o dimensionamento
das soluções não as pode contemplar porque seria um desperdício de recursos muito escassos.
O mesmo acontece em todos os sectores que, inevitavelmente, reclamam, cada qual, a sua prioridade.
O mesmo acontece em todos os sectores que, inevitavelmente, reclamam, cada qual, a sua prioridade.
As carências pontuais são, pois, inevitáveis e, no
caso da saúde, também compete aos utilizadores ter essa percepção que a
chinfrineira criada lhes deturpa.
Na situação em que nos encontramos, muito
próxima da que, um pouco por todo o lado, também acontece depois dos excessos
de um “bem-estar” egoísta que não leva em conta as desgraças extremas que acontecem
fora do seu mundo, onde nem hospitais existem, falar em cortes em vez de falar na gestão daquilo de que dispomos
é ou não fazer ideia do que se passa ou ter um propósito de criar mal-estar que
conduza a um determinado fim! Quanto mais pedir que se invista aquilo de que se não dispõe.
É nestas alturas que gostaria de saber o que fariam os contestatários se fossem os responsáveis pelas soluções. Mas nunca chegam a dizê-lo...
É nestas alturas que gostaria de saber o que fariam os contestatários se fossem os responsáveis pelas soluções. Mas nunca chegam a dizê-lo...
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