Com a vitória que alcançou, o Syrisa como
que se tornou num indomável cavalo branco que todos querem montar.
Fá-lo António Costa do modo mais
desajeitado que um político pode fazer, o da infidelidade à matriz socialista
que desapareceu no turbilhão grego com a derrota total do PASOK, e fá-lo
Catarina Martins com a ingenuidade leviana de quem pensa ter chegado a hora do
seu triunfo!
À partida para uma manifestação em Madrid
onde o “Syrisa espanhol”, o Podemos, também quer montar o (in)sucesso dos gregos,
a porta-voz do BE afirmou que a acção do governo de Tsipras pode impulsionar os
partidos que querem a mudança radical do sistema, acabando com “a ideia de que
a austeridade era o único futuro”.
Errou no tempo do verbo porque a
austeridade é o único futuro num mundo exaurido de quase tudo, até do bom senso
de ver que o está no seu Ambiente e já em alguns dos seus recursos.
A boa notícia, porém, é que a austeridade
não será, necessariamente, a desgraça que se apregoa que seja, a coisa terrível
que soa a hipocrisia na boca dos que se têm na conta de boa gente mas que nem
se lembram do sofrimento de quase meia Humanidade que sobrevive da caridade da
outra metade, quando a ela tem acesso.
A austeridade não será mais do que o uso
controlado dos recursos disponíveis para que todos possamos viver o melhor
possível. Deste modo, a Terra tem-nos que bastem e, por isso, a austeridade não
seria privação.
Só tira coelhos da cartola quem antes os lá
meteu, pois os coelhos não nascem nas cartolas. O mesmo se poderá dizer do
governo grego que, sem meios financeiros bastantes quer repor, de repente, o
desafogo que, afinal, não é mais do que o desvario que levou a Grécia à
falência que ao longo do tempo e apesar de todas as ajudas, se foi tornando
mais profunda.
A pergunta que se impõe perante esta
realidade é se a cooperação em tal leviandade que Tsipras quer ver apoiada numa
“conferência para e reestruturação e perdão da dívida grega” será a maneira
certa de ajudar a Grécia que, na melhor das hipóteses, poderá ter um outro
resgate porque um perdão de dívida já teve, sem os efeitos que se esperava que
tivesse!
Eu não acredito no “milagre grego”. Por
isso não acredito que, na decisão que tomaram, os gregos tenham descoberto a
cura para os seus profundos males.
Infelizmente!
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