ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

ENTRE A DECO E A ASAE, UMA QUESTÃO DE CARNE PICADA!


Na sua função de informar dos seus associados e o público, desta vez a DECO foi verificar a qualidade da carne picada que é vendida em 26 talhos, entre os quais alguns em grandes superfícies comerciais.
Os resultados foram que, em 23 deles, a qualidade era de molde a desaconselhar o seu consumo, pelo perigo que constitui para a saúde o enorme excesso de sulfitos encontrados e, também, pelas condições de conservação a temperaturas excessivamente elevadas!
Como seria de esperar, reagiram as entidades oficiais, quer do Governo quer da ASAE que dele directamente depende.
Da parte do Governo, o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar,  no final de uma reunião da Comissão de Segurança Alimentar que decorreu hoje no Ministério da Agricultura para analisar, entre outros assuntos, o estudo realizado pela DECO, afastou a hipótese de proibir a utilização de carne picada que "pode e deve ser consumida no momento em que ela é picada".
Por sua vez, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desvaloriza as conclusões de um estudo da DECO com o argumento de que "as metodologias implementadas carecem de informação clara e científica", acrescentando que "a amostragem realizada é claramente insuficiente tendo em consideração o universo em causa".
É, no mínimo, estranha a atitude defensiva em vez de atenta quer do membro do Governo quer da própria ASAE num caso sério de saúde pública, escudados num estranho momento de consumo e num conceito vago de “amostra significativa” de um “universo”, em vez de atenderem à percentagem elevadíssima, 88%, dos casos em que, pela DECO, foram detectadas irregularidades graves numa amostra em que, por esta razão, aquele argumento de insuficiência perde razão de ser.
Para além da intervenção desastrada do membro do governo, fica-me a dúvida da qualidade do trabalho feito pela ASAE no domínio da qualidade.
Obviamente, a recomendação de não consumir feita pela DECO não será definitiva porque a carne picada não é, em si mesma, um perigo que boas condições de fiscalização, em vez de desculpas, podem evitar.
Aqui deixo a recomendação da DECO que considero prudente: "não compre carne previamente picada e vendida a granel. Quando muito, escolha uma peça e mande picar na loja".


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