ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O PETRÓLEO E A TORRE DE BABEL


Começa a ficar distante o tempo em que encher o depósito do carro era tarefa de quase dia sim dia não. Mais distante ainda, está aquele dia em que passei mais de uma hora na fila de espera para o fazer porque constava que a gasolina ia subir para seis escudos por litro (0,03 euros)!
Depois foi ver os combustíveis aumentar quase dia a dia e a meta dos 2 euros (400 escudos) por litro esteve próxima ou foi mesmo atingida. Já não sei! Em cerca de quarenta anos o preço dos combustíveis passou a ser umas setenta vezes mais elevado!!!
Agora que, para mim, atestar o depósito é tarefa apenas quase mensal, estão os combustíveis a descer até preços por barril dos quais me não lembrava há já muito tempo.
Seria natural que quando se diz que o “pico do petróleo” foi atingido e que a sua exaustão será questão de umas quantas dezenas de anos com o consumo ao ritmo actual, o preço ficasse mais caro, como é próprio dos bens escassos. Mas, pelo contrário, o preço do barril está pelas ruas da amargura. Dizem mesmo que, em breve, estará nos 40 dólares por barril.
E lembro-me de quando Chavez, aquele senhor da Venezuela que não parava de falar, ameaçava o mundo ocidental com petróleo a 150 dólares por barril. E cheguei a acreditar, por tão próximo que já estava!
Por isso, é natural que me interrogue por que acontecerá isto que me parece uma aberração, tanto mais quando, das novas jazidas, se extrai o petróleo mais caro pelas maiores profundidades de onde é elevado. E são esses novos produtores que, agora, vêem a sua vidinha a andar para trás porque o petróleo que extraem "nem dá para o petróleo"!.
Mas não é isso que acontece nas arábias onde o preço da extracção continua a ser baixo e, sei lá por que, decidiram colocar no mercado enormes quantidades que fazem descer o preço por barril.
Para desencorajar a extracção a partir de xistos betuminosos que está a tornar os Estados Unidos energeticamente independentes, dizem uns. Para fazer baixar os rendimentos do chamado “estado islâmico” dizem outros… Enfim, sei lá por que será.
Seja como for, a “brincadeira” está a fazer estremecer a economia que, em vez de estimulada pela energia mais barata, se sente ameaçada pela deflação ou “desinflação” que está prestes a causar, o que esta economia que a inflação alimenta nada deseja.
Coisas estranhas as desta “economia” que precisa de que tudo vá ficando cada vez mais caro, numa subida imparável para poder continuar a existir!
E lembro-me da Torre de Babel com a qual o Homem esperava chegar ao Céu e foi, em vez disso, a razão dos desentendimentos que ainda agora persistem!


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