ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

SIM, MAS SE FOR EU A MANDAR!


Já por diversas vezes me dei conta de um alegado desejo de cooperação e de consensos que António Costa tem revelado. Porém, quando lhe é pedido que o ponha em prática, diz que é isso que fará depois das eleições às quais apenas se refere por uma necessidade de substituir o actual governo por um outro que não esclarece o que fará para fazer melhor do que o actual, a quem os compromissos que o país assumiu com a União Europeia a que aderiu e o resgate financeiro que solicitou não deixam muitos graus de liberdade.
É óbvio que António Costa dá como certa uma vitória absoluta que faça dele o primeiro-ministro de Portugal que, depois, aceitará a cooperação que antes não quis dar e proporá os consensos para os quais antes não esteve disponível.
Mas será que a cooperação, há tanto tempo reclamada e considerada indispensável para melhorar as condições de vida dos portugueses, pode esperar o tempo que for preciso para satisfazer os interesses eleitorais de um partido cuja sobrevivência, tal como a de outros, depende da alternância que permitirá satisfazer as clientelas que, não será sem interesses próprios, os apoiam?
Penso que não, sobretudo quando as dificuldades são grandes e o futuro precisa de todos.
Mas o futuro não se adivinha, previne-se e, por isso, não me parece que Costa se esteja a preparar para as hipóteses mais prováveis, nas quais a maioria absoluta não se inclui mas que lhe permitiria “reger a orquestra” a seu gosto. Por isso não ficarei surpreendido se acontecerem resultados que lhe criem dificuldades que não espera e, assim, mais atrasem a cooperação global que, na realidade, é o que mais importa a todos nós.
Não me parece ser esta a disponibilidade que se exige de um político para quem o bem de toda a sociedade deveria ser prioridade imediata, não sujeita às oportunidades que os sucessos eleitorais possam requerer.



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