Um daqueles estudos que comparam os países
da União Europeia, este sobre educação, revela estarmos bem abaixo da média
europeia no que respeita a níveis educacionais, porque a maioria dos
portugueses nem o nível secundário completou e continuam a ser minoria os que acedem
ao ensino superior. Somos, pois, conforme estas estatísticas, um país de gente
pouco instruída e com baixo nível de conhecimentos quando comparado com as
outras democracias da União.
Não vejo, porém, tirar desta realidade que
a nossa comunicação social realça, quaisquer conclusões como, por exemplo, a
que responda à pergunta se estarão os eleitores portugueses em condições de
decidir, com consciência bastante, nas escolhas difíceis que, em breve, terão
de fazer.
E não serão, de todo, fáceis as decisões
que tanto nos poderão levar por caminhos tortuosos, mais até do que aqueles que
temos vindo a percorrer, como poderão aliviar um pouco a austeridade que as
circunstâncias nos têm imposto.
Sabem-no bem os políticos que disso se
aproveitam para convencer aqueles que, por si, não são capazes da análise que uma
decisão tão importante exige. E deveríamos sabê-lo nós, porque não é a
informação correcta a que os políticos com mais frequência nos transmitem.
Como a lenga-lenga parlamentar
constantemente mostra, o propósito é o de fazer crer que é aquilo que mais
convém que fosse, o que facilmente convence os menos capazes de, por si,
analisar os factos e as circunstâncias que deveriam determinar as decisões.
São prova disso aqueles programas de antena
aberta onde, salvo raríssimas excepções, é constante a ressonância dos
argumentos e dos chavões que cada tendência vai criando.
De resto, se a educação não serve, também,
para proporcionar a capacidade de análise de que um povo necessita para, em autêntica liberdade, tomar
as decisões que, em face das circunstâncias, sejam as melhores, para que serve
a educação?
Sem comentários:
Enviar um comentário