ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 3 de janeiro de 2015

QUANTO VALE UM MURRO?


Se não soubesse como é o PSD, onde as guerras de barões são constantes e os lugares se disputam sabe Deus de que maneira, teria ficado a sabê-lo hoje por António Capucho que, depois de se ter excluído do partido pela atitude de rebeldia que tomou nas últimas autárquicas (a expulsão seria evidente), demonstra agora, numa atitude revanchista, um feitio de mau perdedor.
E se prova ainda houvesse para fazer de que as ideologias passaram a treta, teria ficado feita por Capucho, do mesmo modo como tantos outras “destacadas figuras”, de outros partidos, já o fizeram também.
Não serão, pois, os ideais e o espírito democrático que fazem aceitar, sem azedume, as vicissitudes do jogo político, as características de muitos dos políticos que por aí se movem como que à espera que um lugarzinho que lhes saia na rifa.
E nada melhor do que colocar-se do lado de onde o vento sopra, mesmo que não saibam o que trás com ele, como se não sabe ainda qual seja o programa com que Costa pretende justificar o murro na mesa que tanto cativou Capucho.
É pena que a política pouco mais seja do que isto que se revela em atitudes como esta que bem mostra como não passa de uma teia de manobras e de interesses, de projectos pessoais e de oportunismos que nada cuidam do projecto de todos nós.
Mas, para além de um PCP onde as regras são, mesmo, para cumprir sem pestanejar, não vejo outro partido onde a disciplina seja um valor, como o não foi no PS onde a cena do murro de Costa aconteceu.
E se a ética fosse um valor, porque será que "tudo farei para que Passos Coelho não ganhe" é o grande propósito de Capucho?
Na política há lutas pessoais ou por valores?
Mas parece que Capucho não vai empenhar-se no bem de todos nós, mas sim na sua guerrinha com Passos Coelho! Ora gaita!
Mas se é com murros, mesmo na mesa, que os problemas, em democracia, se resolvem, permito-me perguntar onde há lugar para a razão?


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