Pareceu-me,
ao longo do tempo em que a União Europeia existe, que ao estabelecimento e
sedimentação de tais regras se sobrepôs uma ânsia de alargamento que, ao ritmo
acelerado com que foi feito, só poderia dar confusão.
Não
se fizeram as coisas com o tempo que as coisas bem feitas reclamam e formou-se
a zona da moeda única sem os cuidados que, agora se vê, foram descuidados.
Os
economicamente mais fortes pela necessidade urgente de alargar a sua área de
influência num mundo em que despertam “gigantes” que os podem tornar pigmeus e
os mais fracos na esperança de por eles serem rebocados, juntaram-se sem avaliar
os riscos de algumas das decisões que tomaram.
Agora,
como que num pelotão de coxos, cada um corre como pode ou lhe apetece, longe da
sintonia com que deveriam correr. E os afastamentos são inevitáveis. Porque
tanto se cansam os que puxam como os que são arrastados, o pelotão corre o
risco de se desintegrar sem cumprir o objectivo a que se propôs.
Será
a Grécia quem primeiro abandonará este barco que, na regata furiosa da economia
mundial, vai ficando para trás? Quase por certo se das eleições que se vão
seguir sair vencedor aquele partido que as sondagens mais destacam, o Sirysa, mas
também não faço ideia do que sucederá se for outro a ganhar.
É
possível que a Grécia abandone, pelo menos, a zona euro. Mas nem imagino quais
sejam as consequências que isso terá.
Será
que, como diz Rui Machete, a saída não trará problemas de monta para Portugal
ou, pelo contrário, será problemática para toda a zona euro?
Que
muita coisa terá de ser mudada, disso me restam poucas dúvidas, se algumas.
Mas
continuo a verificar que “pensar as coisas” para que sejam boas para todos, não
vejo que seja o forte dos políticos que preferem ir apenas mudando para ver no
que vai dar…
É,
afinal, como um negócio que, como se costuma dizer, só é bom se for bom para os
dois.
Então
por que haverá sempre alguém que se trama?
Sem comentários:
Enviar um comentário