ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SERÃO OS GOVERNOS TODOS IGUAIS?


Quando, há tempos, um jornalista me dizia que cada vez menos acreditava que António Costa venha a ganhar as próximas eleições ou, pelo menos, que as ganhe por grande diferença, eu não quis acreditar porque sempre vi o eleitorado cair na patranha da alternância democrática que, diz a experiência de quarenta anos, afinal nada resolve! Mas, aos poucos, vou-me dando conta de que os portugueses cada vez acreditam menos em milagres e, também, começam a não acreditar nas promessas ocas que lhes façam. Já seria tempo, afinal.
De facto, não há governos perfeitos, pelo que sempre haverá o que criticar e disso fazer razões para exigir que seja substituído. De imediato, de preferência! Seguir-se-á outro governo que perfeito não será também e novas razões dará para que seja substituído! E será.
É assim há 40 anos! É assim que temos deitado à rua tempo e dinheiro que cada vez menos temos, como acontece a quem esbanja.
Mas serão mesmo os governos todos iguais?
Como disse Orwell em “o triunfo dos porcos”, ainda que todos sejam iguais… há sempre uns mais iguais do que outros. Por isso, talvez valha a pena notar as diferenças para, pelo menos, deixarmos este jogo de salta pocinhas, de vira o disco e toca o mesmo e, por uma vez que seja, tentarmos levar alguma coisa até ao fim como o seria sair de uma situação de resgate sem logo começar a criar condições para termos de pedir outro.
Não será o que desejam os que ganharam gosto às generosas benesses das “conquistas” revolucionárias e ao muito que os “direitos” constitucionais permitem sem quase pedir nada em troca, mas será o que nos manterá os pés assentes no chão e nos poderá livrar de mais um resgate, como sempre acontece quando a “generosidade” demagógica governa. Como ao longo de quarenta anos também tem acontecido.
Não me seduz o liberalismo que pouco ou nada tem da solidariedade de que o mundo necessita para ultrapassar os graves problemas que o afectam, mas também não acredito no socialismo que, de todo, os não resolve.
Por isso, a um António Costa ambicioso e pouco confiável e, até, a um Guterres que viu a tempo as insuficiências do socialismo e, por isso, se dedicou á “caridadezinha” com a qual vai ajudando os infelizes que o socialismo ignora, eu prefiro alguém que encare a dura realidade em vez de sonhar com a abastança que não existe e cada vez menos existirá, alguém que me não prometa o céu mas o que seja possível em função da realidade e acabe com as promiscuidades político-privadas que sugam o pouco que temos para vivermos um pouco melhor.
Consciente da realidade que não consente sonhos de grandeza, não votarei em quem me prometa o que sei não ser possível, mas sim em quem me garanta continuar a justiça que, de uma vez por todas, desencoraje os oportunistas que enriqueceram e enriquecem com o que é de todos nós.
Sejam eles quem forem!


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