É bem conhecido o
contraste norte-sul, no qual sobressai a mais elevada produtividade nos países
mais frios. Até dentro da própria Europa essa diferença se nota, sobretudo
nestes tempos de crise, tal como se nota entre regiões diversas nos Estados
Unidos onde estados com clima mais quente, como a Califórnia por exemplo,
enfrentam problemas de estabilidade financeira complicados.
A Austrália, onde a maior
parte da actividade económica se encontra no sudeste temperado, é, também, um
bom exemplo, a par de outros que, por esse mundo fora, encontramos.
Estas são constatações que
permitiriam estabelecer uma relação entre clima e produtividade a que estudos
recentes sobre as consequências do aquecimento global agora conferem valor
científico pelos efeitos, já comprovados, em territórios onde a temperatura
média se elevou sensivelmente.
Outros efeitos advirão
deste aquecimento global que o mundo tarda em enfrentar como problema que
poderá ter consequências mais sérias do que este da produtividade que,
sinceramente, me não tira o sono.
É perfeitamente natural a
influência do clima sobre o modo de viver das pessoas que, nos países nórdicos,
o frio e o reduzido período de sol impedem de uma fruição mais ampla da
Natureza em comunhão com a qual a vida merece ser vivida.
Não faço aqui a apologia
da preguiça a que o bom tempo convida, mas realço as vantagens de uma vida mais
em conformidade com a Natureza a que pertencemos, em vez de fazer dela a coutada
que exploramos até à exaustão.
O futuro dirá como terá de
ser eduzido o ritmo de vida que a tal elevada produtividade impõe e nos
mostrará, também, como o regresso à natureza é inevitável porque, em tudo, dela
dependemos.
A elevada produtividade impõe-nos
consumos apenas necessários para a manter, porque supérfluos ou negativos para
viver com qualidade.
A vida que é vivida a um
ritmo superior ao da Natureza é uma vida desgastante e impeditiva da
intensidade com que a vida merece ser vivida e não ignorada em nome da
exploração material que, á vista de todos, enfrenta a exiguidade a que
sobreexploração dos recursos naturais nos levou.
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