ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A RECEITA DE DRAGHI



Como se mitigam os efeitos de qualquer coisa? Mitigando a coisa, já se vê!
Não entendo, pois, a receita de Mario Draghi que corresponde a mitigar os efeitos da austeridade sem mitigar esta. E, como outros que também proclamam soluções que não passam de princípios, também o patrão do Banco Central Europeu parece ter falado por falar…
Faz-me lembrar alguém que, tendo já apanhado sol demais, continua a expor-se, besuntando-se com creme. Se tiver com que o comprar.
Atingida uma situação em que Portugal demonstrou a sua determinação em ser responsável pelos erros que cometeu, seria de esperar a compreensão da Europa para aliviar uma austeridade que já se tornou demasiadamente pesada para a maioria da população e cujos efeitos se não atenuam com mesinhas. Mas seria esta uma atitude de solidariedade que a Europa não está habituada a praticar, demonstrando uma quase indiferença pelo sofrimento de um povo que já os romanos não tinham em grande conta.
Eu sei que nada nos poderia livrar do “castigo” que sempre sofrem os que se excedem, mas tudo tem os seus limites na humanidade que até os castigos devem ter.
Onde estava o controlo que os organismos europeus deveriam fazer para evitar situações como as da Grécia, da Irlanda, de Portugal, da Espanha e da Itália? Não terá sido melhor do que a que o Banco de Portugal não fez para evitar casos como o do BPN, um acto de desleixo que premiou o seu maior responsável.
Sabe, decerto, muito bem à Alemanha receber empréstimos a juros muto baixos ou mesmo negativos (!) porque os investidores têm excesso de meios financeiros que, perante a incapacidade daqueles que a Europa “ajuda”, quase lhe pedem o favor de os receber!
Enfim, continua por decifrar o mistério da crise que provoca esta “diarreia” que se quer curar bebendo vinagre.

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