Como se mitigam os efeitos
de qualquer coisa? Mitigando a coisa, já se vê!
Não entendo, pois, a
receita de Mario Draghi que corresponde a mitigar os efeitos da austeridade sem
mitigar esta. E, como outros que também proclamam soluções que não passam de
princípios, também o patrão do Banco Central Europeu parece ter falado por
falar…
Faz-me lembrar alguém que,
tendo já apanhado sol demais, continua a expor-se, besuntando-se com creme. Se
tiver com que o comprar.
Atingida uma situação em
que Portugal demonstrou a sua determinação em ser responsável pelos erros que
cometeu, seria de esperar a compreensão da Europa para aliviar uma austeridade
que já se tornou demasiadamente pesada para a maioria da população e cujos
efeitos se não atenuam com mesinhas. Mas seria esta uma atitude de
solidariedade que a Europa não está habituada a praticar, demonstrando uma
quase indiferença pelo sofrimento de um povo que já os romanos não tinham em
grande conta.
Eu sei que nada nos poderia
livrar do “castigo” que sempre sofrem os que se excedem, mas tudo tem os seus
limites na humanidade que até os castigos devem ter.
Onde estava o controlo que
os organismos europeus deveriam fazer para evitar situações como as da Grécia,
da Irlanda, de Portugal, da Espanha e da Itália? Não terá sido melhor do que a
que o Banco de Portugal não fez para evitar casos como o do BPN, um acto de
desleixo que premiou o seu maior responsável.
Sabe, decerto, muito bem à
Alemanha receber empréstimos a juros muto baixos ou mesmo negativos (!) porque
os investidores têm excesso de meios financeiros que, perante a incapacidade
daqueles que a Europa “ajuda”, quase lhe pedem o favor de os receber!
Enfim, continua por
decifrar o mistério da crise que provoca esta “diarreia” que se quer curar
bebendo vinagre.
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