Eu não sei se D Carlos Azevedo
é ou não é homossexual, se assediou ou não alguém. Não são estas contas do meu
rosário e, por isso, não as desfio.
Mas não posso deixar de
conjecturar sobre a cronologia dos possíveis factos e, até, dos comentários que
se fazem, dentre os quais e uma vez mais, o de D Januário me não surpreendeu e
que traduzo no habitual “eu não sei, mas diz-se” que, creio eu, não é próprio
de um homem da Igreja.
Mas se o acto de assédio,
do qual D Carlos é acusado, aconteceu na década de oitenta do século passado,
foi reportado pelo assediado apenas em 2010 e ficou no silêncio até agora que
um novo Papa vai ser escolhido e entre os que podem ser escolhidos está o próprio
acusado, como haverei de não ficar surpreendido com o que se passa? E mais,
ainda, se pessoas como D Januário o sabiam sem saber e nunca, até agora, o
denunciaram e nada fizeram, que se saiba, para o esclarecer?
Sem desejar meter a colher
em prato alheio, fico-me por estes breves reparos que me fazem uma enorme
confusão e me deixam na dúvida – que um indesmentível oportunismo quase desfaz –
se algo de real corresponde a tanta coisa que se diz.
Mas que a Igreja Católica
está profundamente necessitada de reformas profundas e corajosas, isso é, para
mim, uma certeza irrecusável.
Mais esta convicção se reforça
com a notícia, hoje conhecida, de um relatório extenso que terá sido entregue
ao Papa Bento XVI, dando conta de factos gravíssimos de escândalos sexuais,
gastos de dinheiro e conspirações na Curia Romana cuja resolução considerou
demasiadamente exigente para as forças que sentia ter. Por isso resignou!
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