ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

UMA QUESTÃO DE MAU GOSTO



Tornou-se moda receber os membros do Governo com vaias, apupos e até cantiguinhas mal entoadas por pequenos grupos organizados que não é difícil saber por quem.
Pode haver todas as razões do mundo para não gostar deste governo que faz baixar drasticamente o nível de vida para o que é próprio das possibilidades que temos em vez dos excessos que habitualmente cometemos, o que poderia, concordo, fazer melhor.
A atitude faz-me pensar no julgamento que eu faria de quem dissesse mal e invectivasse o médico que prescreve um tratamento desagradável para curar o mal que anteriores disparates do doente causaram. Poderia sentir algum dó do infeliz, mas não louvaria a sua atitude, decerto.
Costumam dizer os que se entregam a excessos que “perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe”, perdão que, infelizmente não evita o mal que tanto mais se agrava quanto menos cuidado se tiver ou mais tarde se quiser curar.
Ouvi ontem, num desses programas que nos dão conta de desgraças, um infeliz que, por amor (!), se fez sem abrigo, queixar-se do Governo dizendo que Sócrates nunca lhe havia cortado nada! É um entendimento desviado que até posso compreender numa pessoa assim. Mas que estudantes de Direito façam uma algazarra em torno de um coelho enforcado numa manifestação, nas mesmas circunstâncias em que outros desafinam… Só pode ser mau gosto!

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