Tornou-se moda receber os
membros do Governo com vaias, apupos e até cantiguinhas mal entoadas por
pequenos grupos organizados que não é difícil saber por quem.
Pode haver todas as razões
do mundo para não gostar deste governo que faz baixar drasticamente o nível de
vida para o que é próprio das possibilidades que temos em vez dos excessos que habitualmente
cometemos, o que poderia, concordo, fazer melhor.
A atitude faz-me pensar no
julgamento que eu faria de quem dissesse mal e invectivasse o médico que
prescreve um tratamento desagradável para curar o mal que anteriores disparates
do doente causaram. Poderia sentir algum dó do infeliz, mas não louvaria a sua
atitude, decerto.
Costumam dizer os que se
entregam a excessos que “perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe”, perdão
que, infelizmente não evita o mal que tanto mais se agrava quanto menos cuidado
se tiver ou mais tarde se quiser curar.
Ouvi ontem, num desses
programas que nos dão conta de desgraças, um infeliz que, por amor (!), se fez
sem abrigo, queixar-se do Governo dizendo que Sócrates nunca lhe havia cortado
nada! É um entendimento desviado que até posso compreender numa pessoa assim.
Mas que estudantes de Direito façam uma algazarra em torno de um coelho enforcado
numa manifestação, nas mesmas circunstâncias em que outros desafinam… Só pode
ser mau gosto!
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