Há
um ditado que, de tão antigo, parece que muitos o já esqueceram. Diz que “os pecados dos nossos avós, pagamo-los nós”.
Hoje,
mais do que nunca, este modo de dizer mostra a sabedoria de quem o
ditou. Justifica-se nos mais variados aspectos e domínios.
Num
Ambiente degradado onde bem se notam os excessos dos que, sem
respeito e sem cuidado, o emporcalharam, destruiram e exauriram, observamos a pesada herança que é o resultado de tudo isto que bem
sentimos na poluição do Meio, na destruição de sistemas
indispensáveis ao equilíbrio climático e à biodiversidade, na
penúria de recursos e, também, nesta austeridade da qual culpamos
quem, pela força das circunstâncias, tem de a impor, esquecendo-nos,
facilmente, de quem levianamente a causou.
Não
me refiro apenas a Portugal que, país territorialmente pequeno e da
periferia da Europa, é dos que mais se ressente dos erros antes
cometidos pelos que se deixaram enganar por uma política de
abundância que não corresponde ao que a Natureza nos pode dar e
pelos que, servindo-se da ambição de riquesa e vida fácil que se
instalou, nos aliciaram para cometer os erros financeiros que
provocaram as crises que ninguém parece ser capaz de
travar.
Viu-se
o mundo a braços com problemas terríveis, alguns dos quais continua
a não querer admitir porque ainda espera regressar ao modo de vida fácil
que tantas leviandades lhes consentiram.
Mas
já não há leviandades que a penúria consinta fazer quando faltam
os meios e as condições, como acontece agora, quando já não há
excedentes que permitam cobrir as perdas que a ganância causou.
A
situação em todo o mundo é perigosa, nada corre, afinal, como se
esperaria que acontecesse e uma recessão global vem a caminho,
apesar dos esforços que se fazem para a desviar.
Mas
há mais perigos que os políticos não são capazes de reconhecer,
aqueles que resultam das agressões bárbaras que fazem à Natureza a
que pertencem.
E,
no final, em vez de olharmos de frente para os perigos e tomarmos as
medidas certas para os evitar, continuamos a reclamar contra a
austeridade que a Humanidade a si própria impõe, dizendo mal dos
que ainda possam alguma coisa fazer para a remediar.
É
o que noto quando observo o que se diz na blogosfera e me dá a
medida da ignorância em que tanta gente se encontra quanto à
realidade.
Uma
sociedade que não consegue identificar os seus problemas, nunca
conseguirá resolvê-los. Incluindo cidadãos comuns e políticos
que, por sua vez, dão as mais claras provas de uma incapacidade
confrangedora.
Enfim,
parece que o nosso ideal de vida é fazer os mesmos pecados que os nossos
avós fizeram, aqueles em consequência dos quais estamos a penar! Estupidez ou masoquismo?
riquesa é erro ortográfico com ou sem acordo
ResponderEliminarGostava de saber quem é para lhe poder responder... Mas não passa de um anónimo, logo...
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