Não faz qualquer sentido
que, tomada a decisão de formar uma comissão parlamentar para discutir a
Reforma do Estado, as oposições se recusem a nela participar.
Para além da inutilidade das
contribuições que alguns, ainda a viver em tempos passados, decerto não podem dar, não
deveria o PS que, alternado com o PSD, tem assumido funções governativas neste
país, participar na reorganização a que profundas mudanças nas condições de vida obrigam?
Não tenho dúvida de que
sim, porque decisões de longo prazo se tornam cada vez mais importantes na definição e
desempenho das funções do Estado, acabando, de vez, com as mudanças de curto
prazo que jamais produzirão efeitos que não sejam os das destruições que sucessivas mudanças causam.
Entendem-se as diferenças
entre partidos políticos que já não deveriam ser, agora, as que outros tempos e condições ditaram, mas o que não pode entender-se nem aceitar-se é o
mal que as rivalidades nas disputas de poder causam ao país, infelizmente com a
contribuição de todos nós porque as aceitamos, simplesmente porque colocam interesses pessoais
acima dos de todo um povo que lhes paga as birras.
Acho bem que o líder da
bancada do PSD se não conforme com a atitude do PS e declare que não irá deixar
que caia em saco roto esta atitude anti-patriótica de quem coloca bem à frente
dos interesses do Estado a sua ânsia de poder.
É cada vez mais evidente
que a Democracia está a esgotar a sua capacidade porque, também ela, se não
adaptou aos novos tempos que colocam os políticos na posição da dona de casa
que tenta gerir uma despensa que deixou ficar quase vazia, sem condições para a reabastecer
depressa.
É ridículo e indesculpável
que o PS utilize o seu tempo em disputas internas pelo poder que julgam estar
quase a cair-lhes no colo, em vez de estarem preocupados com um país que
precisa, urgentemente, de quem pense nele!
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