Particularmente,
é uma condição preocupante a de desempregado!
Socialmente,
o desemprego é uma situação grave pelas consequências que
pode ter para todos nós quando atinge valores como os que, de um
modo geral, vemos por toda a parte. Mas é uma situação que,
inevitavelmente, se segue a um quase pleno emprego, fictício porque
resultante de condições de excesso que, necessariamente, têm de
ter um fim.
Por
isso o desemprego é tão falado e tão veementemente dele se põem
as culpas nos outros.
As culpas dizem ser das políticas de austeridade do
Governo que reduziu a um mínimo os investimentos em obras públicas, em vez de fazer referência aos excessos de gastos que as impuseram.
O
Governo cancelou contratos para fazer novas auto-estradas, o novo
aeroporto de Lisboa, o TGV e sei eu lá mais o que. Infraestruturas
de grandes dimensões e custos insuportáveis para o orçamento que,
depois de tantos gastos que nos colocaram entre os quatro países com melhores infraestruturas rodoviárias, tem mais para cortar
do que para investir.
Tudo
tem um limite, até mesmo a Keinesiana atitude de investimentos públicos para dinamizar a economia! O próprio Keynes o não
apontou como princípio mas como excepção em circunstâncias que
não são, por certo, as de reforçar o investimento quando já se
investiu demais.
Fazer mais auto-estradas para que? Para, depois de já
podermos escolher por qual das três existentes queremos viajar entre
Lisboa e o Porto, podermos, também, escolher por qual desejamos
viajar para outro lugar qualquer?
Depois
da “bolha” do imobiliário urbano, outras bolhas também se
criaram, como acontece quando o que se faz é demais em relação às
necessidades reais ou num tempo demasiadamente curto para as capacidades financeiras que temos.
Será razoável que, em pouco mais de duas ou três dezenas
de anos, em Portugal se passe de uma carência de cerca de 700.000
habitações para um excesso de maior valor ainda, de 9,0
Km de auto-estrada para mais de 2.000km?
Todo
este investimento a que correspondeu uma boa parte do endividamento
criado e do qual resultam compromissos financeiros enormes que nos impõem
a austeridade que vivemos, não poderia continuar
indefinidamente. E os resultados estão patentes no desemprego e na
reduzida utilidade de muitas das coisas que foram feitas, a par do abandono da exploração de recursos que antes se aproveitavam.
Na
Madeira, onde o desemprego é mais elevado ainda, a questão não
poderia deixar de se colocar também. E se as Oposições culpam,
agora, Jardim pela situação, logo ele se desculpa com as
políticas do Governo Central que lhe não permitem que continue com
os excessos que cavaram o buraco enorme em que meteu a Ilha que de
carente em infraestruturas quase se descaracterizou com tantas vias
rápidas e viadutos que lhe proporcionaram as inaugurações que dele
fizeram o inaugurador por excelência, o miraculoso Alberto João que
tanta gente adora.
A
verdade é que lá, como cá, a realidade sempre acaba por se impor e
igualmente vale o ditado “quem gasta o que não tem... a pedir
vem!”
Quando
aprenderemos que não será responsabilizando o Governo pelas culpas
que não tem, em vez de o responsabilizarmos pelas que, de facto,
tenha, que o obrigaremos a governar melhor?
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