ESCOLA DE ARRUACEIROS?

O que ontem se passou nas escolas portuguesas onde, num ambiente de enorme confusão, alguns professores fizeram provas e outros não, foi o descrédito maior de uma instituição que, pelos resultados que alcança, me não merecia já muita consideração.

Eu não sei muito bem como as coisas se passam no ensino secundário, mas posso garantir que, como professor universitário que fui, me dei conta do pouco saber da maioria dos alunos que me apareciam para frequentar as minhas aulas. Além disso, as notas de que temos conhecimento nos exames de português e de matemática, todos os anos, são vergonhosamente baixas, em maior percentagem negativas, o que não abona a qualidade dos professores.

Só pode haver problemas sérios de qualidade que fazem com que as coisas sejam assim e, naturalmente, tem de haver modo de os corrigir.

Mas não é esta a questão que aqui me faz falar deste assunto nem, tampouco, o mérito ou demérito de uma prova em que os professores são avaliados. Essa é, sem dúvida, outra questão que me parece o ministério não resolveu da melhor maneira e à qual os professores não contrapuseram os melhores argumentos.

As arruaças a que, junto às escolas, as provas deram lugar foram absolutamente impróprias de gente a quem entregamos os nossos filhos para ensinar e participar na sua educação, porque os professores devem ser, pelo seu modo de estar na vida, pelos seus comportamentos e modo de resolver as suas questões, referências da juventude da qual acabam por se tornar mentores.

Desde as negociações às contestações e manifestações e, no final, ao modo como pretenderam boicotar as provas dos que as queriam prestar, muitos professores tiveram um comportamento vergonhoso!

Dirão que são atitudes democráticas, nas quais cada um procede como entende que deve proceder A ser assim apenas posso concluir não ser a educação um predicado da democracia que praticam e não deveria chamar-se da “educação” o sector em que esta gente trabalha.

Estará a nossa escola a preparar uma geração de arruaceiros, um modo de proceder em que quem mais alto fala, mais nomes chama e mais sarilhos arranja, mais probabilidades tem de ser bem sucedido?