ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O FUTURO DA RTP

Há quanto tempo se diz que a RTP precisa de mudar, pois não pode ser aquele sorvedouro de dinheiro que sobrecarrega os cidadãos deste país.
Muda isto e muda aquilo, mas nada consegue meter na ordem este gigante que, mesmo assim, não consegue, sequer, aproximar-se do líder de audiências que, valha-nos Deus, tem uma programação cada vez de mais baixo nível.
Por isso não fico admirado quando Alberto da Ponte, director da RTP, afirma, numa entrevista ao Diário de Notícias que “continuo a ver na RTP profissionais que trabalham 13 a 14 horas por dia e continuo a ver na RTP profissionais que não trabalham puto", acrescentando que "isso é uma situação que tem de ser corrigida e vai ser corrigida através de uma avaliação que vai ser feita".
Em quase todas, ou mesmo em todas as grandes empresas há quem se “esconda” do trabalho e, deste modo, nada ou muito pouco faz. É uma regra que não vale a pena negar. Todos sabem que é assim, mas todos julgam ser seu dever de camaradagem, fingir que é mentira!
Por isso, Alberto da Ponte “não descobriu a pólvora”, tal como não é nada de estranhar a reacção da Comissão de Trabalhadores que considera inéditas as declarações do presidente da estação” e vai reunir-se hoje para debater uma posição concertada. Vai, com certeza, ser uma posição diferente de todas as outras que, por mais novas formas de luta que sejam, sempre acabam na “inédita” greve!
Inédito seria que, reconhecendo a brutal disparidade entre os custos da empresa e o que ele produz, os trabalhadores reconhecessem que teriam de lutar por ela, de se esforçar mais para a tornar capaz de cumprir os seus propósitos, justificar as suas remunerações ou, até, mesmo, melhorá-las!
São as tretas do costume que me fazem descrer da seriedade com que certas coisas se fazem, sobretudo quando os trabalhadores lutam pelos seus direitos, por aqueles que, realmente, têm.
Mas que não se esqueçam das oportunidades perdiadas, dos muitos que ficaram sem trabalho em consequência destas fantasias revolucionárias que nunca dão bom resultado.
Melhor será olhar, mesmo, para a verdade.
Há quanto tempo se diz que a RTP precisa de mudar, pois não pode ser aquele sorvedouro de dinheiro que sobrecarrega os cidadãos deste país.
Muda isto e muda aquilo, mas nada consegue meter na ordem este gigante que, mesmo assim, não consegue, sequer, aproximar-se do líder de audiências que, valha-nos Deus, tem uma programação cada vez de mais baixo nível.
Por isso não fico admirado quando Alberto da Ponte, director da RTP, afirma, numa entrevista ao Diário de Notícias que “continuo a ver na RTP profissionais que trabalham 13 a 14 horas por dia e continuo a ver na RTP profissionais que não trabalham puto", acrescentando que "isso é uma situação que tem de ser corrigida e vai ser corrigida através de uma avaliação que vai ser feita".
Em quase todas, ou mesmo em todas as grandes empresas há quem se “esconda” do trabalho e, deste modo, nada ou muito pouco faz. É uma regra que não vale a pena negar. Todos sabem que é assim, mas todos julgam ser seu dever de camaradagem, fingir que é mentira!
Por isso, Alberto da Ponte “não descobriu a pólvora”, tal como não é nada de estranhar a reacção da Comissão de Trabalhadores que considera inéditas as declarações do presidente da estação” e vai reunir-se hoje para debater uma posição concertada. Vai, com certeza, ser uma posição diferente de todas as outras que, por mais novas formas de luta que sejam, sempre acabam na “inédita” greve!
Inédito seria que, reconhecendo a brutal disparidade entre os custos da empresa e o que ele produz, os trabalhadores reconhecessem que teriam de lutar por ela, de se esforçar mais para a tornar capaz de cumprir os seus propósitos, justificar as suas remunerações ou, até, mesmo, melhorá-las!
São as tretas do costume que me fazem descrer da seriedade com que certas coisas se fazem, sobretudo quando os trabalhadores lutam pelos seus direitos, por aqueles que, realmente, têm.
Mas que não se esqueçam das oportunidades perdiadas, dos muitos que ficaram sem trabalho em consequência destas fantasias revolucionárias que nunca dão bom resultado.

Melhor será olhar, mesmo, para a verdade, porque precisamos de uma RTP que cumpra os seus objectivos e dignifique Portugal. É no alcance destes propósitos que os trabalhadores são indispensáveis.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A MINHA EXPERIÊNCIA DE PRAXES

Começo por dizer que me repugnam os procedimentos praxistas exagerados que, mesmo distantes dos que já foram causa de dramáticas consequências, envolvem humilhações e outros abusos que, digam o que disserem, jamais podem ser indispensáveis à integração dos novos alunos nas comunidades académicas.
Obviamente, tive as minhas experiências de integração, a primeira das quais foi aos 10 anos, quando, pela primeira vez, me afastei dos meus pais e da minha casa para poder fazer o Liceu, na Guarda, uma cidade com fortes tradições académicas, inspiradas nas de Coimbra.
Os estudantes eram a animação daquela cidade com os seus procedimentos atrevidos e irreverentes mas alegres que, muito raramente, excederiam o que era socialmente aceitável, como me parece próprio de quem atinge um certo nível educacional.
A praxe de integração, para além das “reverências” a que os veteranos tinham direito e, consequentemente, os caloiros tinham de lhes prestar, não era mais do que o ali famoso “baptizado dos caloiros”.
Numa longa procissão de miúdos envolvidos em lençóis, dirigíamo-nos à “dorna”, onde tinha lugar a cerimónia que consistia em lançar água sobre o caloiro, mais ou menos intensamente consoante a apreciação que dele tivesse sido feita ou da protecção que o “padrinho”, um veterano, lhe pudesse dar. Em casos extremos, mas raros, poderia o caloiro, recalcitrante ou mais participante, ter direito a um banho por inteiro, o que não era muito agradável no tempo frio que, na altura, por lá fazia.
Toda a cidade apreciava esta prática e o dia era de festa.
Uma ou outra rapadela de cabelo, embora raramente, podia ser o castigo de um caloiro encontrado na rua fora de horas!
Vim, depois, para Lisboa onde, então, se não usavam trajes académicos e, com bastante pena, tive de arrumar a minha “capa e batina” de que tanto gostava. Mas ainda conservo, algures, a colher de pau que se usava naqueles dias especiais, engalanada com as fitas que eram oferecidas por pessoas especiais também.
Em Lisboa, a integração fazia-se nos famosos bailes de caloiros que sempre se realizavam, com alguma imponência, em lugares amplos e bem conhecidos. Eram muito concorridos e neles aconteciam encontros e se faziam amizades, algumas bem duradouras.
Lembro-me que foi num desses bailes que eu ouvi, pela primeira vez e na voz de Mário Fernando, a "canção do mar" que, muito tempo depois, Dulce Pontes fez renascer.
Depois, foi o final do curso com o famosíssimo Baile de Finalistas que, no Instituto Superior Técnico, assumia uma pompa que o tornava num acontecimento social relevante, porventura o mais famoso de Lisboa.
AS praxes de integração a que fui sujeito, nada tinham a ver com rituais secretos e abusivos e não creio que, por isso, não fossem adequadas a uma integração total na nova comunidade de que passava a ser membro.
Naturalmente, os procedimentos alteram-se, sofrem mudanças que temos de aceitar. Mas que vão ao ponto a que já chegam em alguns casos, que impliquem a possibilidade de ofensas graves à dignidade e á integridade física das pessoas que, por vezes, têm lugar, é que me parece não fazer qualquer sentido.
Não sei pormenores do que se terá passado na Praia do Meco e que, estupidamente, ceifou a vida a seis jovens. Mas tudo aquilo que já se conhece me faz pensar em coisas estranhas, em procedimentos macabros que nenhuma praxe deve comportar.

A vida académica é um período da vida muito especial, no qual me parece fazerem pouco sentido práticas que não correspondam à alegria de viver.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

GATO ESCONDIDO…

É evidente que os “cortes” a que a situação financeira de Estado Português chegou obriga, são difíceis de suportar nas reduções dos salários e das pensões e, por isso, é urgente reorganizar o país e trabalhar cada vez mais e melhor, tal como proceder às reformas necessárias que, o mais rapidamente possível, permitam suavizar a austeridade que os dita.
Repartir, equitativamente, por todos, o esforço necessário para superar esta situação é a solução a que ninguém se deve furtar, muito menos as entidades públicas que deveriam ser garante de uma política de repartição justa do esforço pedido a todos nós. Mas em vez disso, invocando esta ou aquela razão, há casos em que tal não acontece e, por vezes, de um modo surpreendente como me parece ser o caso, hoje noticiado, da compensação com um dia de folga por mês a todos os 571 funcionários da Câmara Municipal de Tomar.
Mas o que, à primeira vista, parece ser uma atitude louvável, não passa, porém, de uma demonstração da falta de planeamento e de organização de que resultam os gastos excessivos que, somados em milhares de organismos, são causa dos problemas que vivemos.
Senão vejamos: partindo do princípio que esta “compensação” não vai criar problemas nos serviços da autarquia que, assim, continuarão a funcionar normalmente, pois o contrário tornaria absurda a decisão de a conceder, só pode concluir-se que há, nesta estrutura municipal, 25 funcionários em excesso!

O que os políticos fazem para se tornarem populares e conquistarem a simpatia dos eleitores…


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O CONHECIMENTO GROSSEIRO QUE NÃO CONSEGUE PRESCRUTAR O FUTURO

Registo aqui, nestas reflexões que faço desde há anos, ainda a “crise” não estava oficialmente declarada mas era já evidente que existia, o que alguns políticos/economistas começam a reconhecer agora. Que a crise está longe de ultrapassada, que o regresso ao passado consumista é uma miragem, que os sacrifícios irão continuar, que muitos dos desempregados não conseguirão reencontrar um emprego, blá, blá, blá… Mas continuam a basear no crescimento económico continuado que, implicitamente, reconhecem impossível, as soluções para a ultrapassar!
Em suma, falta-lhes reconhecer que um novo paradigma económico terá de surgir, o de uma economia harmonizada com a Natureza do mundo em que vivemos, como solução para uma vida equilibrada, ainda que não igualitária porque as diferenças continuarão a existir seja por razões naturais, culturais, por escolha própria ou pelo esforço que cada um decida investir.
A escassez é própria de um mundo condicionado pela Natureza do meio em que se vive e que é, já muitos fracassos o mostraram, impossível de alterar definitivamente.
Nunca me cansarei de insistir em que a Natureza que, levianamente, o Homem pensou ou pensa ainda poder dominar, tem o seu curso natural que a Ciência vai revelando mas não consegue alterar sem consequências que reponham, por vezes de um modo bem duro, o que Ela determina. Por isso o Homem terá de viver em conformidade com ela ou sujeitar-se às consequências da rebeldia que não aceita a própria Natureza da qual, assim o entenda ou não, faz parte, não sendo, senão, uma entre as muitas espécies que a Natureza já gerou e já destruiu ao longo de muitos milhões de anos.
Será, pois, estúpido pensar que é uma excepção ou um ser superior que dessa regra natural se pode excluir.
Começa a Ciência a colocar hipóteses de outras Humanidades poderem já ter existido e, mesmo, de outras realidades paralelas existirem também, em consequência das descobertas que faz na sua procura das origens do Universo e da Vida.
Sabemos já que a matéria que se nos revela, fruto da transformação de uma energia inicial ocorrida num momento que reconhecemos pela designação de Big-Bang, não passa de uma pequena parte de toda a que existe e, por certo, corresponde a realidades que desconhecemos, mas das quais poderemos já ter sido parte, sem delas ter memória, ou ainda poderemos vir a ser.
Começam os cientistas a penetrar um pouco nos segredos das nossas origens, enquanto os políticos/economistas não conseguem ir para além de conhecimentos grosseiros que lhes não permitem perscrutar o futuro em relação ao qual, conscientemente ou não, o Homem terá de ajustar o seu modo de viver, numa Humanidade que, decerto, deseja ver continuada pelos seus descendentes próximos e distantes.

Sempre pensei no futuro e muito mais desde que o da minha descendência me começou a preocupar porque, bem lá para o final deste século ainda emergente, alguns dos que já conheço e, talvez, outros que ainda irei conhecer, por cá andarão. Com as perspectivas que as circunstâncias e factos naturais permitem ter, não será com os equívocos que norteiam as políticas de crescimento económico que esperarei para eles uma vida fácil ou até tranquila se o mundo não mudar de rumo. O que me deixa muito perturbado!


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

TODOS AO PANTEÃO!!!

Tantas vezes, desde muito novo, ouvi dizer, a propósito de coisas difíceis de terminar, “é como as obras de Santa Engrácia”!
Nem sabia eu, tão pequeno que era, que santa seria aquela que ninguém jamais acabava.
Quando o soube, nem sequer fiquei admirado porque há tanta coisa por acabar neste país e aquela não seria senão “mais uma”.
O que eu não sabia é que, um dia, as obras seriam acabadas e a Igreja de Santa Engrácia passaria a ser o Panteão Nacional destinado a última morada dos “ilustres” deste país.
E lá puseram o Marechal Carmona e mais este e mais aquele, a Dª Amália Rodrigues e outros mais, mas D Afonso Henriques continua na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, D Pedro e a sua Inês permanecem no Mosteiro de Alcobaça, assim como muitos outros, verdadeiramente ilustres e símbolos de um país multisecular permanecem nos seus dignos lugares e outros talvez esquecidos, sem que ninguém pense para ali os transladar.
Morreu o Eusébio, sem dúvida um grande futebolista, e logo o Panteão Nacional foi exigido para ser a sua última morada, o lugar onde intermináveis filas de turistas, vindos de todo o mundo, se formariam para venerar o grande herói nacional. E por que não Salgueiro Maia, um digno Capitão de Abril, como propõe Manuel Alegre? E porque julgo poder ter a minha opinião, também, por que não guardar, desde já, um lugar para o Ronaldo antes que o Panteão se esgote, o que desejo aconteça daqui a muitos anos, e repescar outros famosos como foram Alfredo Marceneiro, a Severa ou Peyroteu? E sei lá quem mais que, por um ou outro mérito, se distinguiu, gente que, sem qualquer dúvida, merece não ser facilmente esquecida.
Por isso não fico admirado com a engraçadíssima anedota que ilustra a exigência de uma moribunda que foi “rainha do baile de finalistas, dois anos seguidos”. Tenho pena de não saber quem é o autor para o poder citar e prestar-lhe a minha homenagem pela oportunidade de me fazer rir com muito gosto… ou talvez não.

E para fechar a história, lembrei-me de que fui eu quem dirigiu a construção do cimbre que permitiu terminar as obras de Santa Engrácia com aquela bela cúpula que tão bem se recorta na paisagem de Lisboa. Terei, por isso, direito a que reservem lá um lugar para mim?


AFINAL… E DEPOIS DA TROIKA?

Esta é uma questão actual que, no futuro mais próximo, será objecto de muitas críticas e discussões, porventura não as que deveriam ser feitas quanto ao novo modo de viver que, como alguns já o vão compreendendo, nunca será um regresso ao passado de uma ilusória abastança.
Ouvi Passos Coelho dize-lo e, como é isso que o que vejo e conheço do mundo e da vida me dizem há muito tempo, agrada-me o reconhecimento de uma realidade que nos permitirá preparar a consciência que melhor definirá um futuro que, inevitavelmente, terá de reger-se por novas regras, das quais a mais importante será a de abdicar das transitoriedades e dos consumos supérfluos que a necessidade do “crescimento contínuo” desta economia nos incutiu e agora tanto custa a abandonar.
Mas não poderá a “economia do futuro” alimentar-se dos nossos vícios como tem acontecido com esta que, por isso, se debate com a “crise final” que a teimosia de muitos economistas ainda arrastará por algum tempo, com isso a agravando porque ignora tudo quanto, cientificamente, indica que a ordem natural terá de ser respeitada numa preocupação constante da nossa forma de viver.
Enquanto Passos Coelho avisa que "sabemos que não teremos um milagre económico em Maio deste ano. Que quando fecharmos o período de assistência económica e financeira ainda teremos desafios muito importantes para enfrentar, seja ao nível do desemprego, seja ao nível da coesão social, coesão territorial e recuperação económica", outros vão já prometendo o céu que um novo governo pode proporcionar, mesmo que sem dizer como reporão os salários reduzidos, devolverão aos reformados o que, em excesso, lhes foi retirado, criarão os postos de trabalho que reduzam significativamente o desemprego e reporão o Estado Social permissivo que tanta corrupção gerou e, a continuar assim, não temos como sustentar.
Enquanto uns simplesmente acabariam com o “pacto de agressão” da Europa e do Governo, outros se livrariam dos falhados Passos Coelho e Durão Barroso, outros, ainda, restaurariam o seu socialismo, porventura bem intencionado mas perdulário e incapaz de reconhecer a realidade que, já por mais de uma vez, nos causa tantos problemas. Ignoram a velha máxima de que “quem tudo quer tudo perde”.
Mas penso que, uma vez mais, serão as suas propostas a ditar os resultados das próximas eleições legislativas, num equívoco perigoso a que o mudar por mudar, o decidir sem pensar sempre nos conduz.
Talvez por isso, será preferível que Portugal não arrisque, desta vez, uma “saída à irlandesa” que poderá ser causa de desvairos que a recusa do PS em participar nos consensos que a preparação do futuro exige, tanto me faz temer.

Para evitar uma situação humilhante de “rédea curta” a que o prolongamento do controlo das nossas contas dará lugar, seria mais do que justificado um espírito de cooperação entre os partidos políticos do dito “arco da governação” nos compromissos de uma administração controlada e na procura de um modelo de vida que impedisse a repetição de situações de emergência financeira a que nos conduziram, já por três vezes, os excessos gerados pela “boa vontade” de uns e pela ambição política de outros que, pelo que certas atitudes me levam a crer, serão a base das próximas promessas eleitorais que, naturalmente, não serão cumpridas. 


domingo, 26 de janeiro de 2014

O HUMORISMO IGNORANTE

Crescem como cogumelos os programas de humor em Portugal. Mesmo sendo o humor autêntico um acto de inteligência do qual nem todos são capazes, há tolos que o pretendem produzir nas catadupas de disparates que dizem.
A política é, porque sempre foi, campo fértil de inspiração, talvez mais de reinvenção de piadas que já fizeram o seu percurso com toda a razão de ser mas que hoje não passam de grosserias patetas e de mau gosto, sempre no jeito monótono a que cada “humorista” já nos habituou. A piada política tornou-se fácil e apetecível para os que têm que ter piada a horas marcadas! Por isso se tornou pirosa.
Mas, apesar de tudo, nem sequer intervenientes num processo de mudança conseguem ser porque não conseguem ir além do aproveitamento de circunstâncias para ganharem dinheiro fácil com coisas que nada acrescentam à cultura ou ao progresso, coisa que o humor inteligente pode fazer muito bem.
Escrevo isto na sequência de um “boneco” que ironiza o Governo pelo lançamento dos concursos das facturas com número de contribuinte que têm automóveis como prémios .
De facto, não deveria o Estado ter necessidade de prestar-se a tais procedimentos para que os cidadãos contribuintes e parte, também, do próprio Estado, reconheçam a necessidade de exigir que todos cumpram as suas obrigações no pagamento dos impostos que devem pagar, os quais, se eles não pagarem, pagaremos nós!
É piada fácil, é piada rasca mesmo para um procedimento pouco ortodoxo por parte do Estado, lamentável até se quiserem, mas a que a falta de civismo e de entendimento de muitos de nós obriga.


O SOCIALISMO E AS ELEIÇÕES EUROPEIAS

Os socialistas portugueses pretendem fazer das eleições para o Parlamento Europeu um referendo que decida da continuação ou não do governo de Passos Coelho, esperando uma vitória que lhes permita exigir, de imediato, eleições antecipadas.
Além de me não parecer que existam razões para fazer corresponder argumentos tão distintos como os que nos levam a tomar decisões em eleições europeias ou nacionais, a menos que o alcance do “poder” seja a única razão, não me parece fácil que tenham sucesso nesse seu desígnio porque não apresentam argumentos suficientes para o alcançar.
Afinal, já toda a gente que pensa compreendeu que o “poder” é o único objectivo dos socialistas, para depois fazerem como os outros ou, o passado o faz crer, pior ainda, porventura tornando inútil muito do esforço feito na recuperação da credibilidade de Portugal perante os mercados de que não pode, de todo, prescindir.
Segundo um velho ditado que diz “nas costas dos outros vemos as nossas”, o sucesso da política que o PS tentaria por em prática pode aferir-se pelo que Hollande, o seu declarado grande mentor, conseguiu em França onde ela foi posta em prática para, bem depressa, os falhanços alcançados a fazerem criticar e, finalmente, por totalmente de lado.
Assim como a queda do Muro de Berlim desfez todas as dúvidas que sobre o comunismo ainda pudesse haver, a França socialista de Hollande foi a prova provada de que não é este o “socialismo” que resolve os problemas que criou.
O insucesso de Hollande que, desde bem cedo, desiludiu os franceses que esperavam das suas promessas um futuro melhor, a recuperação definitiva do peso da França na Europa e uma vitória na batalha contra a austeridade, obrigou-o a uma viragem claramente liberal que, formalmente, anunciou e é a razão de ser maior da previsão de uma vitória, até há pouco impensável mas que agora parece clara, da extrema direita de le Pen que, em outros países, poderá ter significativos efeitos.
Sem se entender com os problemas que a “crise” coloca, sem ser capaz, como prometeu, de suster o acréscimo do desemprego e sem conseguir parar o processo de baixa do poder de compra dos franceses, o governo socialista teve de render-se à realidade que o obriga, ao invés do prometido, a fazer “cortes” dramáticos numa despesa insustentável, os quais atingirão, pelo menos, 50 mil milhões de euros até 2017!!!
Tenho por certo que as contas devem ser postas em ordem como um primeiro passo para a estabilização da economia que múltiplas e fortes razões obrigarão a ser diferente desta que faz do aumento acelerado do consumo a condição indispensável para existir. Mas preocupa-me esta insistência de regresso ao desafogo passado que os políticos, tenham a cor que tiverem, prometem para alcançar o poder, mas tudo indica que não conseguirão concretizar. Por isso me preocupa o modo fácil como convencem tanta gente a quem, naturalmente, a austeridade mais fortemente incomoda e, por isso, lhes pode dar o poder, quase certamente para, depois, se arrepender como sucedeu com os franceses.
Depois, quem sabe se os eurocépticos formarão uma maioria no Parlamento Europeu ou se estas previsões farão acordar os tolos que julgam ser a União Europeia uma realidade indestrutível e a Alemanha a reconhecer que, afinal, não pode continuar a ser a beneficiária maior da subserviência financeira dos demais.


sábado, 25 de janeiro de 2014

OS INDISPENSÁVEIS!

Quando, melhor ou pior, Portugal começa a dar mostras de ser capaz de conseguir reaver a confiança dos mercados para os financiamentos de que necessita, a estridência das contestações aumenta e todos saem à rua a clamar contra os cortes que lhes fizeram.
Em primeiro lugar porque lhos fizeram e depois porque os fizeram logo a eles que são os mais indispensáveis, aqueles sem os quais a sociedade não pode passar.
E eu fico a pensar como se resolveria a situação de bancarrota a que praticamente chegámos, sem cortar nada a ninguém, agora que nem dinheiro podemos imprimir, como fazem os americanos ou os chineses e outros, para animar a economia, pagar salários e bolsas…
Olhando as coisas com alguma serenidade, nota-se serem umas reclamações mais justas do que outras e, por certo, algumas mais do que justas pela falta de equidade no modo como foram decididas. Mas são demais aquelas que nem sequer têm qualquer razão de ser quando repor o equilíbrio de gastos  e torná-los mais produtivos é indispensável num país altamente endividado.
Talvez seja o caso das manifestações dos nossos “cientistas” que invadiram as ruas aos milhares, muitos sem sequer mostrar a cara que tapavam com a de quem contestavam. 
Fiquei espantado com tanta “ciência” que há neste país! São “Einsteins” aos montões, tantos que a proporcionalidade do seu número nos permite emparceirar com os países mais avançados e, nas dotações financeiras para a Ciência, estarmos nos lugares cimeiros dos países europeus.
Há bolseiros por todo o lado alguns a investigar nem sei o que. Produzirão a maioria desses “cientistas” trabalho que valha realmente a pena e terá o seu trabalho resultados que contribuam, realmente, para o desenvolvimento da Ciência e do país? Não sei, mas tenho imensas dúvidas de que os cerca de 2% do PIB que lhes é destinado seja, deste modo, um investimento com a rentabilidade que os investimentos que fizermos devem ter para podermos evoluir como necessitamos.
Depois do rápido crescimento da investigação científica em Portugal, parece-me indispensável olhar atentamente para as coisas e repensá-las de modo a torna-las melhores, como deve acontecer numa área onde a qualidade e não a quantidade deve ser privilegiada. Senão, para que servirá a investigação que não vejo produzir, na nossa indústria, os efeitos que seriam de esperar de tamanho investimento?
Pretendem fazer da investigação um emprego onde, produza-se o que se produzir, é sempre para continuar? Não me parece que os contribuintes o devam suportar sem contrapartidas, já que a indústria tão pouco o suporta.
E recordo-me dos meus tempos no Laboratório nacional de Engenharia Civil onde era produzido trabalho de investigação pura e aplicada que, em alguns domínios, era da mais avançada em todo o mundo, sendo suportada pelos resultados da actividade normal que, também para todo o mundo, o Laboratório fazia. Era investigação de qualidade para a qual tínhamos de contribuir com muito esforço e qualidade de trabalho, sem esperar bolsas ou outras comparticipações que não aquelas que o nosso próprio trabalho poderia dar-nos.
Mesmo assim, não nos sentíamos indispensáveis. Eramos aquilo que lutávamos duramente para ser, sem “Arménios” e outros maestros que por aí florescem, a comandar o estrilho que fizéssemos.
Haja investigação, sim, mas com a qualidade que apenas critérios sérios de atribuição de apoios financeiros do Estado justifiquem e que as empresas mais deveriam apoiar para tornar os seus resultados rentáveis.
Não há dúvida... “trabalhar faz calos”!


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O DÉFICE

Como seria natural, o resultado que o Governo apresentou para o défice de 2013 tinha de gerar críticas da parte das oposições. É esta a regra de ouro da “política”, ver sempre errado o que outros tenham feito.
Para umas oposições, para as quais o défice não faz qualquer sentido como o não faz pagar as dívidas que se acumularam, a única crítica é, afinal, insistir nas consequências dos disparates que nos colocaram no drama que vivemos. Para outra, o PS, dizer que é um excelente resultado atingir 5% não passa de uma fraude, pois o défice previsto no acordo que celebrou com a Troika era de 3%!
E eu fico a pensar o que seria a austeridade necessária se o Governo não tivesse renegociado uma meta verdadeiramente impossível que o PS negociou, dilatando-a para 5,5% que, ainda assim, conseguiu reduzir.
São as metas impostas e os juros cobrados que determinam a austeridade necessária para as atingir, pelo que toda a gente reconheceu que seria indispensável tentar que não fossem tão exigentes.
Obviamente que não é no barulho da “rua” que estas negociações se fazem para que tenham bons resultados e não seria, por isso, em discussões exaltadas, inoportunas e estéreis na Assembleia da República que faríamos com que a Troika atendesse as nossas justas pretensões. Pelo contrário, penso que as terá prejudicado.
E o que era uma exigência das oposições, tornou-se na fraude que o Governo cometeu ao considerar como um sucesso a execução do OE 2013, o que, para todos os seus opositores era uma impossibilidade.
E eu fico sem saber o que, afinal, seria certo fazer, se renegociar para metas cumpríveis se preferir a austeridade que as negociadas pelo PS exigiriam, se ficar aliviado por algo que não correu mal ou ficar irritado por não ter razão nas previsões pessimistas feitas!
É, como popularmente tantas vezes se diz, ser preso por ter cão e preso por o não ter, o que é o procedimento típico de quem não tem melhores razões senão tentar baralhar as coisas.
Dizem, ainda, que este “êxito” foi conseguido à custa de impostos e de “cortes” que empobreceram o povo e prejudicaram a economia. E fico a pensar como, em vez disso, deveria ser feito. Enfim…
Se me pareceu um pouco excessivo como alguns enalteceram o feito que a mim me parece, ainda, insuficiente demais para deitar foguetes, pareceu-me ridículo o que outros fizeram para o denegrir, tal como tem acontecido em outras circunstâncias de melhorias de indicadores económicos e financeiros que, embora ainda pouco robustos, são preferíveis à espiral recessiva de que quase ninguém tinha dúvidas de que seria o resultado do que o Governo fazia.
Mas bem, isto é política e nesta “actividade lúdica” e lucrativa não enxergo atitudes que me mostrem as preocupações que dizem ter com aqueles para quem governam pois é, para mim, evidente a preocupação cega com os interesses pessoais e partidários que prosseguem.
É uma mudança profunda que tudo indica ser necessária, um novo modo de ver as coisas, uma forma diferente de viver, o regresso a um quadro de valores natural.
E, como sempre digo, quando se trata de corrigir os erros cometidos, o que não fizermos com inteligência, as circunstâncias no-lo imporão com dor.


HÁ 3 ANOS QUE CAVACO SILVA FOI REELEITO

A propósito deste evento, ontem comemorado, diversas personalidades se pronunciaram sobre o desempenho de Cavaco Silva como Presidente da República. E como não podia deixar de ser, alguns reconheceram mérito na sua actuação outros não, assim como houve quem, simplesmente, reconhecesse a dificuldade de desempenho das funções de presidência da República em circunstâncias tão delicadas como as que acontecem. 
Houve, também, quem reconhecesse ser a sua actuação a que seria de esperar da sua obsessão pela estabilidade, o que contraria as reacções intempestivas que, na política, são mais habituais.
Foram recordadas algumas declarações menos felizes que teve ao longo dos seus mandatos, mas também foi realçada a sua insistência na “arrumação da casa”, o que parece importante nestes tempos de instabilidade e de tantas dúvidas quanto ao futuro.
Da minha parte tem o reconhecimento do mérito da insistência nos consensos indispensáveis ao sucesso numa situação como a que vivemos, bem como a sua iniciativa, também frustrada pela falta de entendimento dos políticos quanto à “crise” que se vive, de reflectir sobre o pós-Troika, sem dúvida a grande e fundamental questão que teremos para analisar e para resolver se é nosso propósito, esclarecer o futuro que podemos ter.
Mas o que mais despertou a minha atenção entre tantas declarações de que dei conta, foi esta expressão extraordinária de Freitas do Amaral: “Tenho pena que o Presidente da República se sinta obrigado a apoiar um governo que comete muitos erros, em vez de apoiar um governo que governe muito bem!”.
Se, em vez de insistir no pedido público para que o eleitorado “castigue duramente” estes governantes nas próximas eleições, ele dissesse qual é o tal governo que governaria muito bem…


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

HÁ NATURALIDADE NA COADOPÇÃO HOMOSSEXUAL?

Tal como quando se discutiu e decidiu a questão do casamento homossexual, também agora, a propósito da “coadopção”, voltam a ser discutidas questões que envolvem o conceito de “Família” e, até, de “Sociedade”.
Discutiu-se em Portugal, num passado recente, o significado de “casamento” que, tradicionalmente, significava a união legal entre um homem e uma mulher, condição indispensável para a continuação da espécie; discute-se, agora, se um par de homens ou par de mulheres pode ser a base de uma família e ter os filhos que, por uma intransponível razão natural, não podem ter.
Se, no caso do “casamento homossexual”, a questão pode ser colocada de um ponto de vista civilizacional, julgando-se como uma evolução positiva o reconhecimento legal de um “amor” que, naturalmente, exista, já no caso da coadopção se trata de uma questão de Natureza que uma disposição legal não pode, de modo algum, alterar.
Se a adopção por casais heterossexuais é um mal menor em certos casos em que crianças ficam sem o aconchego da sua família natural que é substituída por outra idêntica, já no caso de casais homossexuais a situação se altera, gerando uma situação que não reflecte a naturalidade da existência de uma espécie e a razão de ser da existência de uma família.
Assim sendo e para além das questões naturais que se colocam, parece-me tratar-se de alterar a realidade natural por via legal, afectando o conceito de família e, mesmo até, da sociedade como sempre a conhecemos.
Por isso, trata-se de uma alteração profunda sobre a qual a sociedade se deve pronunciar, até porque não dei conta de, em alguma eleição, ter sido votado qualquer programa que propusesse claramente tal alteração legal e, deste modo, transferisse para a competência da AR a decisão de aprovar ou reprovar a coadopção. Trata-se de uma alteração demasiadamente profunda sobre a qual a sociedade deve reflectir e, depois disso, tomar uma decisão.
Mas o problema existe e, mesmo sem coadopção, devem ser encontradas soluções para os problemas que colocam sem que seja pervertida a ordem natural que é a razão de ser da existência da Humanidade.


E SE O PS GANHAR AS ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU?

Deve “pedir, nessa mesma noite, eleições antecipadas, diz Ferro Rodrigues, ex Secretário-Geral do Partido Socialista!
Não vejo o que uma coisa tenha a ver com a outra, tal como não teve nas eleições autárquicas por cuja vitória o PS clamou também, mas sem sucesso, pela antecipação de eleições para a Assembleia da República.
Aliás, quando o Governo em funções está a terminar, em conformidade com o que foi previsto no protocolo de resgate negociado pelo PS com a Troika, um programa de eliminação dos desequilíbrios financeiros acumulados ao longo de vários anos, mas profundamente agravados no anterior governo PS liderado por Sócrates, não faria sentido uma interrupção que colocasse em sério perigo a sua conclusão, sobretudo quando não há, em consequência da fragilidade financeira, alternativa à maioria das decisões tomadas para o conseguir.
É por isso que me parece mais do que razoável que o mandato deste governo seja cumprido até ao seu final, ainda que esteja convencido de que a actual maioria não conseguirá a vitória nas próximas eleições. E, sendo assim, será o PS a governar ou a dominar qualquer nova maioria que se forme, na qual, pelo que tem acontecido, não fará qualquer sentido que participem o PSD ou o CDS pois, tal como os socialistas proclamam, este governo deve acabar para que seja possível “inverter” as políticas de cortes e de austeridade que tem posto em prática.
De resto, que resultado seria o da “mistura” de dois programas antagónicos?
Por isso, estou convencido de que o PS, por ser o vencedor das próximas eleições, terá de governar sozinho ou coligado com forças ditas de extrema esquerda, o que teria o mesmo resultado da tentativa de misturar água com azeite, ou seja a desintegração do PS que tem, no seu seio, linhas de fractura que dificilmente resistirão às pressões de uma coligação entre sensibilidades antagónicas.
Além de tudo o mais, não me parece que os novos governantes possam vir a cumprir as promessas de reduzir a austeridade ou de reposição de situações que os “cortes” alteraram, com base nas quais vencerão as eleições, porque não será sustentável uma governação despesista própria de um programa de governo em tais propósitos inspirado.
Isto significa que não existem, no “xadrez” político actual, alternativas que garantam uma governação esclarecida e segura, tal como os portugueses necessitam para poderem viver um futuro melhor.

Mas serão os portugueses a decidir, porque serão eles a votar nas próximas eleições.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

QUESTÕES A QUE NÃO SEI RESPONDER…

          Há no mundo um pouco mais de sete mil milhões de habitantes, dos quais cerca de metade constituem a parte que não atinge ou pouco supera o limiar da pobreza.
É muita gente a que sente enormes dificuldades para enfrentar os problemas que a vida coloca, sendo que alguns nem o conseguem.
Quem não viu já muitas cenas de gente que apenas com muita dificuldade consegue o mínimo para sobreviver?
Quem não sabe que se morre de fome e de doenças facilmente tratáveis, em muitos locais do mundo?
Como explicar que haja países, como o Zimbabué por exemplo, cujo rendimento anual per capita seja da ordem dos 100 euros, a par de outros onde ultrapassa os 25.000?
Mais do que tudo isto, como explicar que e, apenas 85 fortunas pessoais haja tanto dinheiro como têm os três mil e quinhentos milhões de pessoas que são a tal metade da população mundial mais pobre?
Na figura, ainda que um pouco desactualizada, pode notar-se como os meios financeiros se distribuem no mundo, sendo os valores dos rendimentos per capita apresentados em dólares americanos.



           Quase sempre oiço o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários dominicais e reconheço a sua grande capacidade de análise global e específica, mesmo que não concorde com ele bastantes vezes. É uma capacidade invulgar que já era evidente na página dois do Semanário Expresso, onde escreveu ao longo de muitos anos.
Contudo, não me pareceu brilhante a sua carreira política, na qual jamais atingiu o que as suas crónicas poderiam fazer esperar de alguém que parecia dominar todas as matérias e saber como actuar nas mais variadas circunstâncias.
Ontem surpreendeu-me ao considerar-se excluído da candidatura a futuro Presidente da República pelo “perfil” que Passos Coelho definiu como o seu preferido e assim vi reproduzido na Comunicação Social: “comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos, evitando tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político”.
E fiquei a pensar por qual daquelas características enunciadas se sentiu visado.
Não consegui ter a certeza de qual seria, mas há “carapuças” que apenas o próprio sabe que lhe assentam bem…


domingo, 19 de janeiro de 2014

QUAL REFORMA DO ESTADO?

A notícia de que um representante da Fazenda Pública do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto foi apanhado a pedir 100.000 euros a um empresário, sendo a contrapartida deixar o Estado perder processos, trouxe-me à ideia tantos casos que a Comunicação Social tem revelado de burlas com que aquilo que é de todos nós é defraudado por alguns.
São tantos que nem de todos me posso lembrar nem a eles me referir com algum pormenor. Mas quantos milhares de milhões terão sido, assim, subtraídos às contas do Estado e nos obrigam a sacrifícios que podiam ser bem mais leves?
O Serviço de Saúde, por exemplo, tem sido lesado pelos mais soezes assaltos, em dinheiro, em material e em tempo que alguns, mas bastantes, dos seus servidores dedicam à suas coisas pessoais, retirando-o ao que são os seus deveres, pelo que, juntamente com o “espírito socialista” de gastar enquanto houver, o levou ao ponto de parecer que está a ser destruído quando, apenas, está a ser arrumado. Mas parece que pouco mudou ainda para o muito de que necessita mudar, porque os roubos continuam a acontecer. Gente de todas as classes profissionais que nele trabalham têm dado o seu repugnante contributo para a roubalheira de que tem sido alvo.
Juntando ao que é roubado ao Estado aquilo que, por ele, é dado sem justa razão de ser, em suplementos, em subsídios e em mordomias, porventura encontraríamos dinheiro suficiente para sairmos desta austeridade brutal que nos corta nos bens, na carne e na alma!
Onde estará uma reforma que dificulte definitivamente os roubos e acabe com os privilégios que coabitam com a miséria elevada de tanta gente neste país? Por onde andam os princípios morais que agora se confundem com permissividade e a destruição daqueles que me ensinaram ser os certos e, para além disso, criam realidades que a Natureza recusa, chamando-lhe progresso civilizacional?
Nunca ninguém falará de uma reforma que clarifique as coisas e recupere os nobres valores sociais, porque outras vias preferem os políticos para resolver os problemas de finanças que nunca atingem os que, por eles, são os mais culpados e tornam intocáveis os rendimentos dos que se julgam diferentes e mais dignos de os ter e conservar!
Eu perguntaria até, por qual razão, existem tais privilégios com que, descaradamente, o Estado distingue os cidadãos nas classes dos que decidem e dos que se conformam, dos que são pagos pelos que têm de trabalhar e estes que pagam sem se dar conta de como lhes é subtraído o que outros faz ricos demais.
E lembro-me do velho ditado que diz “quem parte e reparte e não guarda para si a melhor parte… ou é burro ou não tem arte!”
E nesta mudança periódica, à qual chamam alternativa democrática, dos que partem e repartem, se vão escoando os poucos valores que ainda possuímos e fazem multimilionários alguns dos pelintras de outros tempos.

Preferia bem mais uma reforma que tivesse como objectivo acabar com estas manigâncias que criam tamanhas desigualdades, as quais, parece-me, a Constituição não condena, do que aquela que Portas disse que faria mas não faz nem fará!


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O SOCIALISMO NA GAVETA

Hollande foi a esperança da via socialista na superação da “crise” quendo, em 2012, derrotou Sarcozy nas eleições presidenciais francesas. Finalmente, com ele chegava a alternativa pela qual Seguro clamava, mesmo sem a saber definir.
Fê-lo Hollande num programa eleitoral e de governo que, finalmente, iria marcar a diferença entre o que o governo de Passos Coelho fazia e, segundo Seguro, apenas promovia a pobreza e a recessão económica, e a via que a França iria seguir para evitar a austeridade e defender o Estado Social.
A vitória de Hollande tornava-se na prova da razão do PS português quando afirma haver alternativa à política de “cortes” que a Troika nos impunha e Passos Coelho, submissamente, aceitava.
Porém, o tempo apressou-se a mostrar a fraqueza da alternativa de Hollande e, com isso, a frustrar as expectativas dos franceses que, em maioria, o apoiaram, assim como as de António José Seguro que dele esperava a demonstração da razão de ser das suas críticas ao Governo e da exigência de eleições antecipadas.
Com a popularidade agora completamente desfeita e muito contestado pelos resultados alcançados com a política que adoptou, o presidente francês acaba por render-se à austeridade que quis evitar, com um plano de corte na despesa de mais de 50 mil milhões de euros entre 2015 e 2017.
Mas, tenho-o por certo, ainda assim não resolverá os problemas que a crise sistematicamente agudiza nem satisfará os que, com mais veemência do que aquela com que o elegeram, agora pedem o seu rápido afastamento.
Estes acontecimentos são a prova da incompreensão deste fenómeno a que se insiste em chamar “crise” mas que, cada vez mais, se revela como o “canto do cisne" de um sistema económico esgotado, tanto nos meios como nos seus propósitos.
Demonstram-no tantas incertezas e “certezas” desfeitas como o são as do próprio Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia que, pouco depois de afirmar que estava superada a crise do euro, ontem afirmou, na cerimónia em que recebeu o Prémio Carlos V que o governo espanho lhe atribuiu, que “ainda não saímos do atoleiro”!
E volta a questão do “atoleiro” do qual Guterres já falou há tanto tempo, quando se demitiu da governação de um país onde sempre se espera mais do que outros possam fazer por nós do que no nosso próprio esforço para o fazer.
É mais do que altura de pensar na solidariedade sem a qual não haverá futuro mas que, diz-se num estudo divulgado, diminui à medida em que se eleva o nível literário na sociedade.
Parece termos entrado num período de contra-sensos, no qual a evolução a que se chama “progresso civilizacional” tem efeitos negativos, porventura em consequência da descaracterização que faz do que seja próprio da natureza humana.
Outro socialismo será necessário, o da solidariedade, em vez deste que as dificuldades sempre levam a meter na gaveta! 


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O BULLYING COBARDE

A GNR investiga e não encontra sinais de bullying que justifiquem o suicídio do Nelson, um miúdo de 15 anos que, como diz a notícia “um jovem suicidou-se sábado à noite. Colegas lembram que sexta-feira foi deixado em cuecas no recreio da escola. Responsáveis desvalorizam, mas pároco da aldeia diz que sinais foram ignorados”! É estranho, agora que todos já dizem que o bullying existia por parte de uns quantos colegas, o que, parece, apenas a direcção da escola desconhecia e pais desatentos não notaram.
A GNR fala de uma “bola” que foi crescendo e teve como resultado o suicídio, uma conclusão estranha e rápida para a investigação das razões que levam alguém tão jovem a acabar com a vida.
Desvalorizar actos como deixar alguém em cuecas no recreio da escola, é uma irresponsabilidade imperdoável, sobretudo quando se trata de alguém com características de personalidade para as quais tal situação pode ser insuportável.
O bullying é isto mesmo, a insistência em atitudes que desmoralizam o alvejado, causando-lhe uma situação de humilhação e de desconforto crescente que pode tornar-se insuportável.
Por ser um fenómeno comum e frequente cujas consequências menos graves podem ser traumatismos profundos e duradouros em quem é alvo de bullying, este “crime” é demasiadamente grave para não ser objecto de cuidados especiais que o evitem o mais possível, devendo ser da responsabilidade da escola detectá-los e tomar as providências necessárias para o anular.
Por mais introvertido que seja quem sofre tais maus tratos, é impossível não o detectar em consequência dos seus efeitos.
Não podem os autores destas picardias maldosas, tenham a idade que tiverem, deixar de ser devidamente responsabilizados, como espero que aconteça neste caso, apesar das conclusões a que chegou a GNR a quem não deve competir fazer a investigação profunda que tais casos requerem.

Será que, mais uma vez, as coisas vão ficar por uma ladainha de lamúrias sem que nada de importante se faça para evitar os elevados prejuízos de tais “brincadeiras” que sentimentos de cobardia e de inveja de alguns transformam na arrogância desumana do Bullying?


O TEMPO DO HOMO SAPIENS

Aos poucos, vai-se aproximando o momento da verdade. O que fazer depois da Troika?
Recordo que Cavaco Silva convocou, há uns meses já distantes, um Conselho de Estado cujo tema seria aquele mesmo, mas ao qual os conselheiros, mais preocupados com questões imediatas que os levam a confrontos políticos em vez da “mobilização global” que a situação do país aconselharia, não corresponderam. Porque não foram capazes ou porque não lhes conveio, preferiram perder-se em vacuidades ridículas e em discussões sem sentido. Mas a verdadeira questão é essa mesmo O QUE FAZER DEPOIS DA TROIKA!
Poderia, mesmo, ir mais longe, ser mais preciso na ideia e dizer que o mais importante é saber o que já deveríamos ter feito.
Mas será que alguém já se preocupou em pensar nisso a sério, para lá dos seus apetites de poder ou da estreiteza das suas ideias políticas? Infelizmente, penso que tal assunto não cabe no ideário destas pessoas que nos governam ou querem governar e muito menos naquelas que parece terem apenas por missão criticar e dizer mal mal, porém sem nunca dizerem como fariam melhor. E quando o tentam dizer… sai disparate do grosso!
Nem sequer quando se discute se sairemos do resgate “à irlandesa” ou com um programa cautelar, somos capazes de entender o futuro e ter a noção de como fazer para evitar situações mais devastadoras do que as que temos vivido e que serão as que vão caracterizar a próxima crise que talvez já tenha começado.
A extrapolação não é, de todo, garantia de qualquer certeza. Mas é uma atitude indispensável na antevisão do futuro que se não constrói a partir de nada mas se insere numa continuidade que a Natureza nos impõe, por mais que nos julguemos senhores daquilo que, pelo contrário, comanda as nossas vidas.
É preciso recuar no tempo e apelar à memória para nos darmos conta de como as coisas se passaram e, a partir delas, imaginarmos como se podem vir a passar. Mas só pode ter essa memória quem as viveu e não perdeu a noção de como, ao longo do tempo, se foram modificando e, depois, fazer o juízo que permite antecipar como poderá ser o futuro, tendo a noção daquilo de que dispomos para o construir, em vez de persistirmos na ideia falsa de que sempre haverá aquilo de que necessitamos para o crescimento que não pode parar.
Por todas as experiências que vivi, tenho a noção de que o tempo da política leviana e prepotente está a passar, tal como a tem já tanta gente que reconhece serem os políticos os verdadeiros culpados dos disparates que cometemos por julgarem ser os donos daquilo que não é seu e nem sequer sabem se existe ou não.
Está na altura de revermos as leis que fizemos, o modo de vida que adoptámos e os projectos que fazemos para um futuro do qual nem, sequer, temos ideia qual possa ser porque apenas nos preocupamos com pouco mais do que o presente, com o que queremos ter e nunca o que poderemos ter.
Está na hora de sermos o verdadeiro “homo sapiens”, aquele que conhece bem o meio em que vive e prepara o seu futuro de acordo com o que o meio em que vive lhe pode dar.
Dizia Einstein que apenas conhecia duas coisas verdadeiramente infinitas, o Universo e a estupidez humana. Mas quanto ao Universo... ainda tinha algumas dúvidas!


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O SEGREDO DE JUSTIÇA E O JORNALISMO

Não é que me agrade meter a foice em seara alheia, mas os silogismos mal acabados não me convencem e, por isso, terei de os contestar. Aliás, penso que todos nós, os ignorantes mas não estúpidos, tempos direito a explicações cabais, daquelas que nos limpem as dúvidas de vez.
O segredo de justiça existe, está consagrado na lei. Logo, é para respeitar sob pena de se desrespeitar a lei, o que é um crime! Em consequência, quando este segredo protegido por lei e revelado, é cometido um crime que em democracia, o regime no qual os direitos de todos são iguais, deve ser punido.
Não discuto o segredo de justiça em si mesmo que, dizem os entendidos, serve para proteger a investigação e os direitos dos investigados, o que me parece bem.
Mas são muitos os casos em que o segredo é revelado a toda a gente através de uma peça jornalística que uma denúncia inspirou.
Dizem os que pretendem menosprezar tal facto que apenas em pouco mais de seis mil casos acontecem fugas do segredo de justiça, quando mais de um milhão de processos está em curso! E eu pasmo perante tal argumento que, por tão estúpido que é, me dispenso de contestar.
Mas voltemos ao fundamental.
Um estudo feito para basear alterações à lei vigente propõe que o jornalista que publica o segredo que não deveria ser do conhecimento público seja considerado cúmplice da “fonte” que lho comunicou e que, com isso, comete, o verdadeiro crime. Mas o jornalista é quem, de facto, materializa o crime que ficará impune se, como é seu direito, o jornalista não revelar as suas fontes e, assim, não disser quem lhe deu a conhecer o que, legalmente, é um crime revelar.
E uma questão fundamental se me coloca: o jornalista comete ou não um crime revelando ao mundo o que a lei diz que não pode ser revelado? Decidam-se os especialistas nestes assuntos.
Além disso, será um direito público conhecer o que a lei entende não o dever ser, em benefício da investigação e por protecção dos direitos de quem esteja a ser investigado? Ou será que a investigação em curso não é prejudicada pela revelação de factos que deveriam ser secretos e os investigados, por ora nem sequer acusados e muito menos condenados, não têm direitos que devam ser protegidos, não fazendo qualquer sentido o segredo de justiça?
Os direitos dos investigados não existem ou são superados pelos dos jornalistas, num regime que a todos reconhece direitos iguais? Parece-me haver aqui algo que não faz sentido.
Ouvi um ex-bastonário da Ordem dos Advogados dizer que se não houver o direito de proteger as fontes não haverá liberdade de imprensa, sem a qual não haverá democracia, sem a qual não haverá Estado de Direito.
Sem falar em Democracia, da qual já diversas vezes aqui disse da sua necessidade de ser adaptada às circunstâncias que, com o tempo, vão mudando, há uma pergunta que, para mim, fica sem resposta: há Estado de Direito quando são cometidos crimes contra a lei do próprio Estado e contra os direitos de pessoas, os quais têm de ficar impunes por conta dos direitos de alguns?
Tenho algumas dúvidas quanto a algumas propostas feitas no documento que propõe soluções nesta matéria que não é fácil. Mas que o jornalista é cúmplice num crime que a lei claramente define, disso não tenho a menor dúvida.
Será solução deixar de ser crime a revelação do segredo de justiça que, deste modo, deixará de o ser? Então, existe o segredo de justiça há tanto tempo para que?


MORREU O REI, VIVA O REI!

Depois das justas homenagens a Eusébio, um “rei” que partiu, logo outro aparece a tomar-lhe a vez, porque sempre tem de haver um “rei”!
Cristiano Ronaldo é o novo “rei” por direito próprio, pela forma como joga, pelos golos que marca, pelas competições que ajuda a ganhar, apesar de ser, ainda, um jovem com uma grande margem de progressão que, sem qualquer dúvida, ainda tem!
Ainda muito longe da idade em que os futebolistas costumam findar as suas carreiras, a de Cristiano Ronaldo estará, ainda, muito longe do seu fim e, por isso, poderá fazer jus a muitas outras distinções, vencer vários outros troféus que distinguem os melhores entre todos.
Pela segunda vez este sportinguista é distinguido com o maior galardão que só aos melhores do mundo é atribuído.
Como disse Mourinho, Cristiano Ronaldo é um jogador incrível que marca, em média, um golo a cada dois jogos, está em campo um número incrível de minutos, sem castigos e sem lesões! Se a tudo isto juntarmos a qualidade das exibições que faz, ao nível do que os que já foram os melhores tenham feito, só poderemos considera-lo um caso muito especial a que bem assenta o título de “melhor jogador do mundo”.
Quando se julga que alguém é o melhor, logo outro alguém aparece para lhe roubar a coroa. É a lei da vida!
Ainda muito novo, Cristiano Ronaldo é o jogador de futebol mais galardoado de Portugal.
Ronaldo é, sem qualquer dúvida, alguém que dignifica o nome de Portugal em qualquer parte do mundo, assim como dignifica aqueles que, no Sporting, o formaram como o jogador maravilhoso que é e o homem sensível, solidário e humilde que, nas suas atitudes, constantemente mostra ser.

Que seja o exemplo que suscite nos desportistas voltarem a ser o que, deles, na antiguidade, se dizia e a verdadeira grandeza exige: “mens sana in corpore sano”.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

AFINAL O QUE É MAIS IMPORTANTE?

Mais uma vez tenho de criticar os “académicios” deste país que pouca ou nenhuma contribuição têm dado para a resolução desta crise que não passa mais! Infelizmente, não os vejo preocupados com as soluções que devam ser adoptadas numa situação de tamanho risco.
Desta vez juntam-se à porta da residência do Primeiro Ministro para reclamar a anulação do corte de 42 milhões no Ensino Superior!
E eu pergunto-me quanto teriam que reclamar os pensionistas deste país que, nos impostos que já pagaram e ainda pagam, contribuem para os custos do ensino superior e, para além disso, a cujos rendimentos já foram cortadas várias centenas de milhões de euros?
Como, em meu juízo lhes competiria, não trazem consigo nenhuma solução que, nesta omissão do que seria seu dever, posso interpretar como, tal como sempre pensa Passos Coelho àcerca de quem deve considerar inútil, “por que não pedir um pouco mais aos pensionistas”.
Tenham juízo Senhores Doutores! 
Começa a meter-me nojo esta forma de reclamar sem contribuir! Ainda por cima, reclamações vindas de quem deveria ter uma consciência clara do que é a situação deste país e do mundo e, em vez de reclamar, contribuir para que sejam encontradas as razões certas da crise que vivemos e o modo de a ultrapassar!