Esta é uma questão actual
que, no futuro mais próximo, será objecto de muitas críticas e discussões, porventura
não as que deveriam ser feitas quanto ao novo modo de viver que, como alguns já
o vão compreendendo, nunca será um regresso ao passado de uma ilusória
abastança.
Ouvi Passos Coelho dize-lo
e, como é isso que o que vejo e conheço do mundo e da vida me dizem há muito
tempo, agrada-me o reconhecimento de uma realidade que nos permitirá preparar a
consciência que melhor definirá um futuro que, inevitavelmente, terá de
reger-se por novas regras, das quais a mais importante será a de abdicar das
transitoriedades e dos consumos supérfluos que a necessidade do “crescimento
contínuo” desta economia nos incutiu e agora tanto custa a abandonar.
Mas não poderá a “economia
do futuro” alimentar-se dos nossos vícios como tem acontecido com esta que, por
isso, se debate com a “crise final” que a teimosia de muitos economistas ainda
arrastará por algum tempo, com isso a agravando porque ignora tudo quanto,
cientificamente, indica que a ordem natural terá de ser respeitada numa
preocupação constante da nossa forma de viver.
Enquanto Passos Coelho
avisa que "sabemos que não teremos
um milagre económico em Maio deste ano. Que quando fecharmos o período de
assistência económica e financeira ainda teremos desafios muito importantes
para enfrentar, seja ao nível do desemprego, seja ao nível da coesão social,
coesão territorial e recuperação económica", outros vão já prometendo
o céu que um novo governo pode proporcionar, mesmo que sem dizer como reporão
os salários reduzidos, devolverão aos reformados o que, em excesso, lhes foi
retirado, criarão os postos de trabalho que reduzam significativamente o
desemprego e reporão o Estado Social permissivo que tanta corrupção gerou e, a
continuar assim, não temos como sustentar.
Enquanto uns simplesmente acabariam
com o “pacto de agressão” da Europa e do Governo, outros se livrariam dos
falhados Passos Coelho e Durão Barroso, outros, ainda, restaurariam o seu
socialismo, porventura bem intencionado mas perdulário e incapaz de reconhecer
a realidade que, já por mais de uma vez, nos causa tantos problemas. Ignoram a
velha máxima de que “quem tudo quer tudo
perde”.
Mas penso que, uma vez
mais, serão as suas propostas a ditar os resultados das próximas eleições
legislativas, num equívoco perigoso a que o mudar por mudar, o decidir sem
pensar sempre nos conduz.
Talvez por isso, será
preferível que Portugal não arrisque, desta vez, uma “saída à irlandesa” que
poderá ser causa de desvairos que a recusa do PS em participar nos consensos
que a preparação do futuro exige, tanto me faz temer.
Para
evitar uma situação humilhante de “rédea curta” a que o prolongamento do
controlo das nossas contas dará lugar, seria mais do que justificado um
espírito de cooperação entre os partidos políticos do dito “arco da governação”
nos compromissos de uma administração controlada e na procura de um modelo de
vida que impedisse a repetição de situações de emergência financeira a que nos
conduziram, já por três vezes, os excessos gerados pela “boa vontade” de uns e pela
ambição política de outros que, pelo que certas atitudes me levam a crer, serão
a base das próximas promessas eleitorais que, naturalmente, não serão cumpridas.
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