ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AFINAL… E DEPOIS DA TROIKA?

Esta é uma questão actual que, no futuro mais próximo, será objecto de muitas críticas e discussões, porventura não as que deveriam ser feitas quanto ao novo modo de viver que, como alguns já o vão compreendendo, nunca será um regresso ao passado de uma ilusória abastança.
Ouvi Passos Coelho dize-lo e, como é isso que o que vejo e conheço do mundo e da vida me dizem há muito tempo, agrada-me o reconhecimento de uma realidade que nos permitirá preparar a consciência que melhor definirá um futuro que, inevitavelmente, terá de reger-se por novas regras, das quais a mais importante será a de abdicar das transitoriedades e dos consumos supérfluos que a necessidade do “crescimento contínuo” desta economia nos incutiu e agora tanto custa a abandonar.
Mas não poderá a “economia do futuro” alimentar-se dos nossos vícios como tem acontecido com esta que, por isso, se debate com a “crise final” que a teimosia de muitos economistas ainda arrastará por algum tempo, com isso a agravando porque ignora tudo quanto, cientificamente, indica que a ordem natural terá de ser respeitada numa preocupação constante da nossa forma de viver.
Enquanto Passos Coelho avisa que "sabemos que não teremos um milagre económico em Maio deste ano. Que quando fecharmos o período de assistência económica e financeira ainda teremos desafios muito importantes para enfrentar, seja ao nível do desemprego, seja ao nível da coesão social, coesão territorial e recuperação económica", outros vão já prometendo o céu que um novo governo pode proporcionar, mesmo que sem dizer como reporão os salários reduzidos, devolverão aos reformados o que, em excesso, lhes foi retirado, criarão os postos de trabalho que reduzam significativamente o desemprego e reporão o Estado Social permissivo que tanta corrupção gerou e, a continuar assim, não temos como sustentar.
Enquanto uns simplesmente acabariam com o “pacto de agressão” da Europa e do Governo, outros se livrariam dos falhados Passos Coelho e Durão Barroso, outros, ainda, restaurariam o seu socialismo, porventura bem intencionado mas perdulário e incapaz de reconhecer a realidade que, já por mais de uma vez, nos causa tantos problemas. Ignoram a velha máxima de que “quem tudo quer tudo perde”.
Mas penso que, uma vez mais, serão as suas propostas a ditar os resultados das próximas eleições legislativas, num equívoco perigoso a que o mudar por mudar, o decidir sem pensar sempre nos conduz.
Talvez por isso, será preferível que Portugal não arrisque, desta vez, uma “saída à irlandesa” que poderá ser causa de desvairos que a recusa do PS em participar nos consensos que a preparação do futuro exige, tanto me faz temer.

Para evitar uma situação humilhante de “rédea curta” a que o prolongamento do controlo das nossas contas dará lugar, seria mais do que justificado um espírito de cooperação entre os partidos políticos do dito “arco da governação” nos compromissos de uma administração controlada e na procura de um modelo de vida que impedisse a repetição de situações de emergência financeira a que nos conduziram, já por três vezes, os excessos gerados pela “boa vontade” de uns e pela ambição política de outros que, pelo que certas atitudes me levam a crer, serão a base das próximas promessas eleitorais que, naturalmente, não serão cumpridas. 


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