ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

TODOS AO PANTEÃO!!!

Tantas vezes, desde muito novo, ouvi dizer, a propósito de coisas difíceis de terminar, “é como as obras de Santa Engrácia”!
Nem sabia eu, tão pequeno que era, que santa seria aquela que ninguém jamais acabava.
Quando o soube, nem sequer fiquei admirado porque há tanta coisa por acabar neste país e aquela não seria senão “mais uma”.
O que eu não sabia é que, um dia, as obras seriam acabadas e a Igreja de Santa Engrácia passaria a ser o Panteão Nacional destinado a última morada dos “ilustres” deste país.
E lá puseram o Marechal Carmona e mais este e mais aquele, a Dª Amália Rodrigues e outros mais, mas D Afonso Henriques continua na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, D Pedro e a sua Inês permanecem no Mosteiro de Alcobaça, assim como muitos outros, verdadeiramente ilustres e símbolos de um país multisecular permanecem nos seus dignos lugares e outros talvez esquecidos, sem que ninguém pense para ali os transladar.
Morreu o Eusébio, sem dúvida um grande futebolista, e logo o Panteão Nacional foi exigido para ser a sua última morada, o lugar onde intermináveis filas de turistas, vindos de todo o mundo, se formariam para venerar o grande herói nacional. E por que não Salgueiro Maia, um digno Capitão de Abril, como propõe Manuel Alegre? E porque julgo poder ter a minha opinião, também, por que não guardar, desde já, um lugar para o Ronaldo antes que o Panteão se esgote, o que desejo aconteça daqui a muitos anos, e repescar outros famosos como foram Alfredo Marceneiro, a Severa ou Peyroteu? E sei lá quem mais que, por um ou outro mérito, se distinguiu, gente que, sem qualquer dúvida, merece não ser facilmente esquecida.
Por isso não fico admirado com a engraçadíssima anedota que ilustra a exigência de uma moribunda que foi “rainha do baile de finalistas, dois anos seguidos”. Tenho pena de não saber quem é o autor para o poder citar e prestar-lhe a minha homenagem pela oportunidade de me fazer rir com muito gosto… ou talvez não.

E para fechar a história, lembrei-me de que fui eu quem dirigiu a construção do cimbre que permitiu terminar as obras de Santa Engrácia com aquela bela cúpula que tão bem se recorta na paisagem de Lisboa. Terei, por isso, direito a que reservem lá um lugar para mim?


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