ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

E SE O PS GANHAR AS ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU?

Deve “pedir, nessa mesma noite, eleições antecipadas, diz Ferro Rodrigues, ex Secretário-Geral do Partido Socialista!
Não vejo o que uma coisa tenha a ver com a outra, tal como não teve nas eleições autárquicas por cuja vitória o PS clamou também, mas sem sucesso, pela antecipação de eleições para a Assembleia da República.
Aliás, quando o Governo em funções está a terminar, em conformidade com o que foi previsto no protocolo de resgate negociado pelo PS com a Troika, um programa de eliminação dos desequilíbrios financeiros acumulados ao longo de vários anos, mas profundamente agravados no anterior governo PS liderado por Sócrates, não faria sentido uma interrupção que colocasse em sério perigo a sua conclusão, sobretudo quando não há, em consequência da fragilidade financeira, alternativa à maioria das decisões tomadas para o conseguir.
É por isso que me parece mais do que razoável que o mandato deste governo seja cumprido até ao seu final, ainda que esteja convencido de que a actual maioria não conseguirá a vitória nas próximas eleições. E, sendo assim, será o PS a governar ou a dominar qualquer nova maioria que se forme, na qual, pelo que tem acontecido, não fará qualquer sentido que participem o PSD ou o CDS pois, tal como os socialistas proclamam, este governo deve acabar para que seja possível “inverter” as políticas de cortes e de austeridade que tem posto em prática.
De resto, que resultado seria o da “mistura” de dois programas antagónicos?
Por isso, estou convencido de que o PS, por ser o vencedor das próximas eleições, terá de governar sozinho ou coligado com forças ditas de extrema esquerda, o que teria o mesmo resultado da tentativa de misturar água com azeite, ou seja a desintegração do PS que tem, no seu seio, linhas de fractura que dificilmente resistirão às pressões de uma coligação entre sensibilidades antagónicas.
Além de tudo o mais, não me parece que os novos governantes possam vir a cumprir as promessas de reduzir a austeridade ou de reposição de situações que os “cortes” alteraram, com base nas quais vencerão as eleições, porque não será sustentável uma governação despesista própria de um programa de governo em tais propósitos inspirado.
Isto significa que não existem, no “xadrez” político actual, alternativas que garantam uma governação esclarecida e segura, tal como os portugueses necessitam para poderem viver um futuro melhor.

Mas serão os portugueses a decidir, porque serão eles a votar nas próximas eleições.

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