Crescem como cogumelos os
programas de humor em Portugal. Mesmo sendo o humor autêntico um acto de
inteligência do qual nem todos são capazes, há tolos que o pretendem produzir
nas catadupas de disparates que dizem.
A política é, porque
sempre foi, campo fértil de inspiração, talvez mais de reinvenção de piadas que
já fizeram o seu percurso com toda a razão de ser mas que hoje não passam de
grosserias patetas e de mau gosto, sempre no jeito monótono a que cada “humorista”
já nos habituou. A piada política tornou-se fácil e apetecível para os que têm
que ter piada a horas marcadas! Por isso se tornou pirosa.
Mas, apesar de tudo, nem
sequer intervenientes num processo de mudança conseguem ser porque não
conseguem ir além do aproveitamento de circunstâncias para ganharem dinheiro
fácil com coisas que nada acrescentam à cultura ou ao progresso, coisa que o
humor inteligente pode fazer muito bem.
Escrevo isto na sequência
de um “boneco” que ironiza o Governo pelo lançamento dos concursos das facturas
com número de contribuinte que têm automóveis como prémios .
De facto, não deveria o
Estado ter necessidade de prestar-se a tais procedimentos para que os cidadãos contribuintes e
parte, também, do próprio Estado, reconheçam a necessidade de exigir que todos
cumpram as suas obrigações no pagamento dos impostos que devem pagar, os quais,
se eles não pagarem, pagaremos nós!
É piada fácil, é piada
rasca mesmo para um procedimento pouco ortodoxo por parte do Estado, lamentável
até se quiserem, mas a que a falta de civismo e de entendimento de muitos de
nós obriga.
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