Há
no mundo um pouco mais de sete mil milhões de habitantes, dos quais cerca de
metade constituem a parte que não atinge ou pouco supera o limiar da pobreza.
É muita gente a que
sente enormes dificuldades para enfrentar os problemas que a vida coloca, sendo
que alguns nem o conseguem.
Quem não viu já
muitas cenas de gente que apenas com muita dificuldade consegue o mínimo para
sobreviver?
Quem não sabe
que se morre de fome e de doenças facilmente tratáveis, em muitos locais do
mundo?
Como explicar
que haja países, como o Zimbabué por exemplo, cujo rendimento anual per capita
seja da ordem dos 100 euros, a par de outros onde ultrapassa os 25.000?
Mais do que tudo
isto, como explicar que e, apenas 85 fortunas pessoais haja tanto dinheiro como
têm os três mil e quinhentos milhões de pessoas que são a tal metade da
população mundial mais pobre?
Na figura, ainda
que um pouco desactualizada, pode notar-se como os meios financeiros se
distribuem no mundo, sendo os valores dos rendimentos per capita apresentados em dólares americanos.
Quase
sempre oiço o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários dominicais e
reconheço a sua grande capacidade de análise global e específica, mesmo que não
concorde com ele bastantes vezes. É uma capacidade invulgar que já era evidente
na página dois do Semanário Expresso, onde escreveu ao longo de muitos anos.
Contudo, não me
pareceu brilhante a sua carreira política, na qual jamais atingiu o que as suas
crónicas poderiam fazer esperar de alguém que parecia dominar todas as matérias
e saber como actuar nas mais variadas circunstâncias.
Ontem surpreendeu-me
ao considerar-se excluído da candidatura a futuro Presidente da República pelo “perfil”
que Passos Coelho definiu como o seu preferido e assim vi reproduzido na
Comunicação Social: “comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se
no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos, evitando
tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de
contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera
mediatização gerada em torno do fenómeno político”.
E fiquei a
pensar por qual daquelas características enunciadas se sentiu visado.
Não consegui ter
a certeza de qual seria, mas há “carapuças” que apenas o próprio sabe que lhe
assentam bem…
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