A propósito deste evento, ontem comemorado, diversas personalidades se pronunciaram sobre o desempenho de Cavaco Silva como Presidente
da República. E como não podia deixar de ser, alguns reconheceram mérito na sua
actuação outros não, assim como houve quem, simplesmente, reconhecesse a
dificuldade de desempenho das funções de presidência da República em
circunstâncias tão delicadas como as que acontecem.
Houve, também, quem reconhecesse ser a sua
actuação a que seria de esperar da sua obsessão pela estabilidade, o que contraria
as reacções intempestivas que, na política, são mais habituais.
Foram recordadas algumas
declarações menos felizes que teve ao longo dos seus mandatos, mas também foi
realçada a sua insistência na “arrumação da casa”, o que parece importante
nestes tempos de instabilidade e de tantas dúvidas quanto ao futuro.
Da minha parte tem o
reconhecimento do mérito da insistência nos consensos indispensáveis ao sucesso
numa situação como a que vivemos, bem como a sua iniciativa, também frustrada pela falta de entendimento dos políticos quanto à “crise” que se
vive, de reflectir sobre o pós-Troika, sem dúvida a grande e fundamental questão que teremos
para analisar e para resolver se é nosso propósito, esclarecer o futuro que podemos ter.
Mas o que mais despertou a
minha atenção entre tantas declarações de que dei conta, foi esta expressão
extraordinária de Freitas do Amaral: “Tenho
pena que o Presidente da República se sinta obrigado a apoiar um governo que
comete muitos erros, em vez de apoiar um governo que governe muito bem!”.
Se, em vez de insistir no
pedido público para que o eleitorado “castigue duramente” estes governantes nas
próximas eleições, ele dissesse qual é o tal governo que governaria muito bem…
Sem comentários:
Enviar um comentário