ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

EUSÉBIO E O PANTEÃO NACIONAL


A celeuma levantada acerca da trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional, não me passa ao lado e deixa-me preocupado quanto aos critérios de escolha de quem ali deve ter lugar.
Já alguns dos que lá estão podem ser alvos de críticas da escolha que lá os colocou e Eusébio, se la for colocado, poderá vir a ser um desses casos também.
É por isso que estas decisões não devem ser precipitadas, sendo conveniente um período de amadurecimento da ideia, para que, sem precipitações, se decida. Proceder de outro modo será desqualificar o próprio Panteão, vulgarizando-o ou tornando-o refém de paixões, de critérios de momento e não de uma reflexão histórica.
Não conheço os critérios que fazem de alguém um “símbolo de Portugal” que mereça a distinção máxima de ter lugar no Panteão Nacional, nem me parece que existam, pelo que, antes de mais, deveriam ser definidos.
Contudo, é natural toda esta algazarra à volta de Eusébio que foi, sem qualquer dúvida, um excepcional jogador de futebol e, por essa razão, um ídolo muito popular, tal como são naturais todos os elogios póstumos que muitos lhe fazem de modo que o tornam alguém com características humanas pouco comuns o que, como é costume acontecer, dá crédito ao dito de que “todos são os melhores depois de mortos”!
Por tudo isto me parece oportuna a definição dos critérios de eleição, pelo que me parece precipitada a decisão da Assembleia da República quanto a uma trasladação que deveria ser mais ponderada.
Muita gente tem conhecimento de grandes portugueses que honraram o nome de Portugal pelo seu saber, por contributos extraordinários nas artes e nas ciências de todo o mundo, gente da primeira linha do valor mundial, mas que ninguém aponta como dignos de emparceirar com outros a quem a popularidade tornou famosos.
Será, então e apenas, um critério populista aquele que sustenta as escolhas de quem deve estar no Panteão Nacional?
Parece-me de menos!

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