A celeuma levantada acerca da trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional, não me passa ao lado e deixa-me preocupado quanto aos critérios de escolha de quem ali deve ter lugar.
Já alguns dos que lá estão
podem ser alvos de críticas da escolha que lá os colocou e Eusébio, se la for
colocado, poderá vir a ser um desses casos também.
É por isso que estas
decisões não devem ser precipitadas, sendo conveniente um período de
amadurecimento da ideia, para que, sem precipitações, se decida. Proceder de
outro modo será desqualificar o próprio Panteão, vulgarizando-o ou tornando-o
refém de paixões, de critérios de momento e não de uma reflexão histórica.
Não conheço os critérios
que fazem de alguém um “símbolo de Portugal” que mereça a distinção máxima de
ter lugar no Panteão Nacional, nem me parece que existam, pelo que, antes de
mais, deveriam ser definidos.
Contudo, é natural toda
esta algazarra à volta de Eusébio que foi, sem qualquer dúvida, um excepcional
jogador de futebol e, por essa razão, um ídolo muito popular, tal como são
naturais todos os elogios póstumos que muitos lhe fazem de modo que o tornam
alguém com características humanas pouco comuns o que, como é costume
acontecer, dá crédito ao dito de que “todos são os melhores depois de mortos”!
Por tudo isto me parece
oportuna a definição dos critérios de eleição, pelo que me parece precipitada a
decisão da Assembleia da República quanto a uma trasladação que deveria ser mais
ponderada.
Muita gente tem
conhecimento de grandes portugueses que honraram o nome de Portugal pelo seu
saber, por contributos extraordinários nas artes e nas ciências de todo o
mundo, gente da primeira linha do valor mundial, mas que ninguém aponta como
dignos de emparceirar com outros a quem a popularidade tornou famosos.
Será, então e apenas, um
critério populista aquele que sustenta as escolhas de quem deve estar no Panteão Nacional?
Parece-me de menos!
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