ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O CONHECIMENTO GROSSEIRO QUE NÃO CONSEGUE PRESCRUTAR O FUTURO

Registo aqui, nestas reflexões que faço desde há anos, ainda a “crise” não estava oficialmente declarada mas era já evidente que existia, o que alguns políticos/economistas começam a reconhecer agora. Que a crise está longe de ultrapassada, que o regresso ao passado consumista é uma miragem, que os sacrifícios irão continuar, que muitos dos desempregados não conseguirão reencontrar um emprego, blá, blá, blá… Mas continuam a basear no crescimento económico continuado que, implicitamente, reconhecem impossível, as soluções para a ultrapassar!
Em suma, falta-lhes reconhecer que um novo paradigma económico terá de surgir, o de uma economia harmonizada com a Natureza do mundo em que vivemos, como solução para uma vida equilibrada, ainda que não igualitária porque as diferenças continuarão a existir seja por razões naturais, culturais, por escolha própria ou pelo esforço que cada um decida investir.
A escassez é própria de um mundo condicionado pela Natureza do meio em que se vive e que é, já muitos fracassos o mostraram, impossível de alterar definitivamente.
Nunca me cansarei de insistir em que a Natureza que, levianamente, o Homem pensou ou pensa ainda poder dominar, tem o seu curso natural que a Ciência vai revelando mas não consegue alterar sem consequências que reponham, por vezes de um modo bem duro, o que Ela determina. Por isso o Homem terá de viver em conformidade com ela ou sujeitar-se às consequências da rebeldia que não aceita a própria Natureza da qual, assim o entenda ou não, faz parte, não sendo, senão, uma entre as muitas espécies que a Natureza já gerou e já destruiu ao longo de muitos milhões de anos.
Será, pois, estúpido pensar que é uma excepção ou um ser superior que dessa regra natural se pode excluir.
Começa a Ciência a colocar hipóteses de outras Humanidades poderem já ter existido e, mesmo, de outras realidades paralelas existirem também, em consequência das descobertas que faz na sua procura das origens do Universo e da Vida.
Sabemos já que a matéria que se nos revela, fruto da transformação de uma energia inicial ocorrida num momento que reconhecemos pela designação de Big-Bang, não passa de uma pequena parte de toda a que existe e, por certo, corresponde a realidades que desconhecemos, mas das quais poderemos já ter sido parte, sem delas ter memória, ou ainda poderemos vir a ser.
Começam os cientistas a penetrar um pouco nos segredos das nossas origens, enquanto os políticos/economistas não conseguem ir para além de conhecimentos grosseiros que lhes não permitem perscrutar o futuro em relação ao qual, conscientemente ou não, o Homem terá de ajustar o seu modo de viver, numa Humanidade que, decerto, deseja ver continuada pelos seus descendentes próximos e distantes.

Sempre pensei no futuro e muito mais desde que o da minha descendência me começou a preocupar porque, bem lá para o final deste século ainda emergente, alguns dos que já conheço e, talvez, outros que ainda irei conhecer, por cá andarão. Com as perspectivas que as circunstâncias e factos naturais permitem ter, não será com os equívocos que norteiam as políticas de crescimento económico que esperarei para eles uma vida fácil ou até tranquila se o mundo não mudar de rumo. O que me deixa muito perturbado!


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