Registo aqui, nestas
reflexões que faço desde há anos, ainda a “crise” não estava oficialmente
declarada mas era já evidente que existia, o que alguns políticos/economistas
começam a reconhecer agora. Que a crise está longe de ultrapassada, que o
regresso ao passado consumista é uma miragem, que os sacrifícios irão
continuar, que muitos dos desempregados não conseguirão reencontrar um emprego,
blá, blá, blá… Mas continuam a basear no crescimento económico continuado que,
implicitamente, reconhecem impossível, as soluções para a ultrapassar!
Em suma, falta-lhes
reconhecer que um novo paradigma económico terá de surgir, o de uma economia harmonizada
com a Natureza do mundo em que vivemos, como solução para uma vida equilibrada,
ainda que não igualitária porque as diferenças continuarão a existir seja por
razões naturais, culturais, por escolha própria ou pelo esforço que cada um
decida investir.
A escassez é própria de um
mundo condicionado pela Natureza do meio em que se vive e que é, já muitos
fracassos o mostraram, impossível de alterar definitivamente.
Nunca me cansarei de
insistir em que a Natureza que, levianamente, o Homem pensou ou pensa ainda poder
dominar, tem o seu curso natural que a Ciência vai revelando mas não consegue
alterar sem consequências que reponham, por vezes de um modo bem duro, o que Ela determina. Por isso o Homem terá de viver em conformidade com ela ou
sujeitar-se às consequências da rebeldia que não aceita a própria Natureza da
qual, assim o entenda ou não, faz parte, não sendo, senão, uma entre as muitas
espécies que a Natureza já gerou e já destruiu ao longo de muitos milhões de
anos.
Será, pois, estúpido
pensar que é uma excepção ou um ser superior que dessa regra natural se pode
excluir.
Começa a Ciência a colocar
hipóteses de outras Humanidades poderem já ter existido e, mesmo, de outras
realidades paralelas existirem também, em consequência das descobertas que faz
na sua procura das origens do Universo e da Vida.
Sabemos já que a matéria
que se nos revela, fruto da transformação de uma energia inicial ocorrida num
momento que reconhecemos pela designação de Big-Bang, não passa de uma pequena
parte de toda a que existe e, por certo, corresponde a realidades que
desconhecemos, mas das quais poderemos já ter sido parte, sem delas ter memória,
ou ainda poderemos vir a ser.
Começam os cientistas a
penetrar um pouco nos segredos das nossas origens, enquanto os
políticos/economistas não conseguem ir para além de conhecimentos grosseiros
que lhes não permitem perscrutar o futuro em relação ao qual, conscientemente
ou não, o Homem terá de ajustar o seu modo de viver, numa Humanidade que,
decerto, deseja ver continuada pelos seus descendentes próximos e distantes.
Sempre pensei no futuro e
muito mais desde que o da minha descendência me começou a preocupar porque, bem
lá para o final deste século ainda emergente, alguns dos que já conheço e,
talvez, outros que ainda irei conhecer, por cá andarão. Com as perspectivas que
as circunstâncias e factos naturais permitem ter, não será com os equívocos que
norteiam as políticas de crescimento económico que esperarei para eles uma vida
fácil ou até tranquila se o mundo não mudar de rumo. O que me deixa muito
perturbado!
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