A 28 de Junho de 2010 eu
escrevia pela primeira vez nestas “reflexões em tempos de crise” porque decidi
juntar num lugar apenas o que ia dizendo e escrevendo por aqui e por ali e,
como num diário, mais tarde pudesse ler para recordar e, porque não também,
avaliar os juízos que, ao longo do tempo, fui fazendo.
E comecei assim “Sinto-me, sem dúvida, preocupado com o rumo
que este país leva. Custa-me a entender como se pretende governar ao arrepio da
sensatez, contra o que a maioria entende que deveria ser o caminho a seguir e
numa táctica de “fuga para a frente” quando pouco ou nada se saberá dos tempos
que se aproximam. Por isso, temerariamente se trilham caminhos desconhecidos,
cujos perigos se não medem nem se acautelam”.
Multiplicavam-se as auto-estradas
feitas em regime de PPP que tantos problemas hoje nos causam, insistia-se em
projectos megalómanos como o novo aeroporto de Lisboa e os TGV, aumentavam-se o
défice e a dívida cujos juros cresciam constantemente, caminhava-se,
alegremente, para uma situação insustentável da qual a bancarrota seria o
desfecho inevitável.
Tudo isto se fazia quando,
já por todo o mundo, eram cada vez mais as vozes que alertavam para as
consequências do que se passava numa economia onde os sinais de declínio se
multiplicavam.
Também escrevi, nesse dia,
que “A Europa está cheia de problemas e
todos os países, sem excepção, têm de fazer reformas e cortes significativos.
Por isso me preocupa a ligeireza do governo e, sobretudo, do Primeiro-Ministro
que diz sentir-se só a puxar pelas energias do país, quando tem como política a
construção de grandes infra-estruturas
que não correspondem às necessidades do país neste momento em que a pobreza
cresce e a dívida externa se encontra já em níveis altamente preocupantes”.
Terminei dizendo “ este será o erro de Sócrates quando pretende
preparar o futuro segundo as mesmas regras que conduziram à crise!!!”
Erro que, com o a sua atitude política o revela, o PS nunca corrigiu.
Erro que, com o a sua atitude política o revela, o PS nunca corrigiu.
Passaram já quase cinco
anos e continuamos com sérios problemas que soluções mais ou menos atamancadas
vão tentando resolver, com os economistas e políticos continuando a não querer
ver onde está a verdadeira causa de tudo isto.
E a crise continua, pondo
a nu as fraquezas de uma economia que parece não encontrar soluções para se
manter, assumindo aspectos e originando circunstâncias que, por todo o mundo,
promovem tensões sociais que acabam por descambar em violência, dando razão a
quem diz “casa onde não há pão…”Entretanto, o que vou lendo nas redes sociais não passa, maioritariamente, de chavões e maldizeres, senão mesmo piadas de muito mau gosto, em vez das reflexões que cada um de nós deveria fazer para descobrir a atitude mais certa nestes tempos conturbados em que cada um não quer ver as culpas que lhe cabem pelo modo como vive.