ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

AS VIATURAS DO ESTADO: QUESTÕES MENORES OU VERGONHAS MAIORES?

Acabo de ler que o Ministério das Finanças não concordou com a compra de viaturas usadas para substituir parte da frota do Ministério da Justiça que é de 1635 viaturas, porque não ficou provada a vantagem económica de assim proceder.
A decisão do MF é, porventura, razoável a longo prazo mas, tal como pensa na reestruturação da Administração Pública para racionalizar a despesa do Estado, não seria esta a oportunidade de pensar na reestruturação da toda a sua frota automóvel?
Será razoável o Estado ter, nos diversos ministérios e serviços, tantas viaturas? Não será ridículo, pretensioso até que, num país onde há tanta pobreza, as viaturas oficiais sejam tantas e de topo de gama? Quais as razões que justificam que seja assim?
A propósito, vem-me à ideia aquela expressão atribuía a Francisco Assis a quando da troca da viatura do líder da bancada parlamentar do PS que, pela escolha feita, foi considerada um luxo excessivo: “mas querem que o líder parlamentar do PS ande de Clio?”.
Muito se poderia dizer a propósito disto, a propósito dos privilégios que seja razoável conceder aos representantes de um povo falido!
Haveria que rever muita coisa deste tipo, coisas que, até me podem dizer, representam um peso menor na despesa do Estado. Mas que despesas não pesam no orçamento de um país ainda em risco de bancarrota? Quantas famílias, agora sem quaisquer rendimentos, poderiam ver o seu sofrimento atenuado, ao longo de muito tempo, apenas com a quantia que custa uma dessas viaturas de alta cilindrada à qual acrescem os combustíveis que consomem e os vencimentos dos motoristas?
Serão “questões menores” estas na macroeconomia que está nas preocupações do Ministério das Finanças, mas são “vergonhas maiores” as que correspondem à falta de consideração por aqueles que passam fome!

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