A decisão do MF é, porventura,
razoável a longo prazo mas, tal como pensa na reestruturação da Administração
Pública para racionalizar a despesa do Estado, não seria esta a oportunidade de
pensar na reestruturação da toda a sua frota automóvel?
Será razoável o Estado ter, nos
diversos ministérios e serviços, tantas viaturas? Não será ridículo,
pretensioso até que, num país onde há tanta pobreza, as viaturas oficiais sejam tantas e de
topo de gama? Quais as razões que justificam que seja assim?
A propósito, vem-me à ideia
aquela expressão atribuía a Francisco Assis a quando da troca da viatura do
líder da bancada parlamentar do PS que, pela escolha feita, foi considerada
um luxo excessivo: “mas querem que o líder parlamentar do PS ande de Clio?”.
Muito se poderia dizer a
propósito disto, a propósito dos privilégios que seja razoável conceder aos
representantes de um povo falido!
Haveria que rever muita coisa
deste tipo, coisas que, até me podem dizer, representam um peso menor na
despesa do Estado. Mas que despesas não pesam no orçamento de um país ainda em
risco de bancarrota? Quantas famílias, agora sem quaisquer rendimentos,
poderiam ver o seu sofrimento atenuado, ao longo de muito tempo, apenas com a quantia
que custa uma dessas viaturas de alta cilindrada à qual acrescem os
combustíveis que consomem e os vencimentos dos motoristas?
Serão “questões menores” estas na
macroeconomia que está nas preocupações do Ministério das Finanças, mas são “vergonhas
maiores” as que correspondem à falta de consideração por aqueles que passam
fome!
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