Uma de duas coisas terá de ser
feita, ou cortar na despesa do Estado ou manter os impostos em nível elevado,
se não quisermos continuar a acumular dívida. Isto, se tivermos quem nos
empreste dinheiro.
Seguro sabe, ou devia saber isto
tão bem como ninguém já que conhece de perto os efeitos das situações descompensadas
ou, então, tem bem guardado um segredo que lhe permitirá resolver um problema
que, para leigos como eu, tem a métrica simples da lei da continuidade.
Esta lei a que, por vezes, se dá o
aspecto confuso que a matemática mal digerida dá às coisas está, afinal, ao
alcance do entendimento mais simples. Diz esta lei que “o que fica é igual ao
que entre menos o que sai”. Facilmente se vê que apenas fica alguma coisa se
não sair mais do que entra. De outro modo, fica-se a dever, se tivermos crédito
que, a continuar assim, um dia atingirá o seu limite.
Porque não teve em conta tão
simples princípio que Seguro parece desconhecer também, Portugal perdeu o
crédito e muito mais do que isso, por conta de outros princípios considerados
intocáveis, mas que mais ninguém está disposto a pagar por nós.
Por isso nos é exigido o
equilíbrio das contas do Estado, para o que se estima serem quatro mil milhões de
euros que devem ser reduzidos na despesa a fim de que os impostos voltem a ser
os que seja razoável pagar.
É muito dinheiro, suficiente para
justificar um compromisso alargado para definir onde e como cortar na despesa, para que que o que seja decidido possa ser mantido ao longo do tempo
necessário para que a estabilização se faça. Por isso me parece estranho que
Seguro recuse a uma solução quantificada e, mais cedo ou mais tarde, indispensável,
para lhe contrapor soluções que o nenhum governo pode controlar, ainda mais quando se trata de uma medida que o acordo que o PS assinou com a Troika já contemplava, o corte na despesa.
Obviamente, outras medidas terão
de ser tomadas para além deste reequilíbrio, mas não era disso que estava a
falar.
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