ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

UM CHEIRO A ESTURRO…

Passos Coelho afirma que, mesmo sem PS, a “refundação” vai avançar. Sinceramente, não esperava que fizesse outra coisa. Por sua vez, Seguro diz que o PS estará na AR para a discutir, o que, obviamente, não é igual a dar o seu contributo para a fazer. Não é fácil conseguir os consensos que Portugal necessita no ambiente tenso onde o Governo tem de confrontar-se com a oposição sistemática de certas forças sempre do contra e com a ânsia incontida do PS para voltar ao poder. Tornou-se evidente que Seguro não deseja outra coisa e que, mesmo apregoando o interesse nacional, apenas pensa no seu próprio interesse.
Começo a sentir-me mal num país onde é possível convencer tanta gente de um projecto que não existe sequer, apenas pela esperança de regressar a um tempo que passou de vez e não há condições para fazer voltar.
Todo o discurso de Seguro é vago, fala em propostas que não passam de princípios dos quais qualquer analista político fala por dever de ofício sem ter de alguma vez os testar. 
Deste modo, a discussão política tornou-se absurda e sem sentido. Numa situação que reclama mil cuidados, os disparates sucedem-se.
Francamente, o que tem acontecido e a correspondência entre os discursos e as atitudes dos líderes dos maiores partidos portugueses, levam-me mais a acreditar no “que se lixem as eleições” de Passos Coelho do que do respeito de Seguro pelos interesses nacionais.
Critiquei o Governo quando entendi que se atrasou em medidas urgentes como esta e que deveriam estar praticamente prontas ao fim de um ano de governação, mesmo sabendo que são sempre muito difíceis de alterar situações sedimentadas ao longo de demasiado tempo e, mais do que isso, quando alguém afirma, inconscientemente, que, se voltar ao poder as pode continuar.
Parece-me ridícula esta atitude de Seguro, estas suas manobras de “político esperto” que pode conduzir-nos a uma situação muito perigosa de conflitos sociais. Aliás, pergunto-me em que fundará Seguro as suas esperanças de eleições a curto prazo, pois afirma que o PS não voltará ao poder sem eleições! A não acontecer uma ruptura social grave, não vejo como interromper o mandato de um governo apoiado por uma maioria ainda segura, pelo que não vejo como possa o Presidente da República decidir-se pela dissolução da Assembleia da República nas circunstâncias actuais.
Tão estranha como a atitude de Seguro é a igual ansiedade que Mário Soares demonstra aproveitando qualquer oportunidade ou motivo para dizer mal do governo e do Presidente da República seja pelo que for, criticando-os como na célebre história de ser preso por ter cão ou não o ter.
Uns falam de greves gerais, outros de revoluções sangrentas e outros, ainda, de rupturas sociais. A par disto, Soares e Seguro são os maldizentes de serviço. Tudo isto me cheira a esturro…

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