Quando um dia aconteceu passar
uma férias em Tossa de Mar, na Catalunha, tive a noção de muitas diferenças entre
esta Região e o resto de Espanha que eu já conhecia e alguns incidentes
engraçados comprovaram-no. Visitei, também, uma boa parte do país onde se encontra
a região mais rica de Espanha.
Fiquei num hotel à beira mar, muito
agradável, onde, chegada a hora, fomos para a sala de jantar e ocupámos os
nossos lugares. Alguém do hotel olhou para nós e colocou uma bandeira britânica
na mesa! Recusei apenas por gestos. O homem olhou para mim, franziu o sobrolho
e decidiu trocar por uma francesa que, logicamente, também recusei. Seguiu-se
uma italiana, uma alemã que, recusadas também, deram lugar a um inevitável: então? Foi quando disse sermos portugueses. O homem abriu-se num
sorriso que logo empalideceu. Que pena, aqui nunca vêm portugueses, por isso
não temos bandeiras portuguesas para colocar nas mesas. Mas amanhã teremos
porque queremos agradar aos nossos queridos aliados.
E o homem fartou-se de contar
histórias em que a Catalunha “folgava” quando os portugueses combatiam Castela!
Mas foi numa altura em que os catalães guerreavam Castela que Portugal se viu
livre dos “Filipes” durante cujo reinado quase todo o Império se perdeu,
cobiçado pelos piratas holandeses. Foi em 1640.
Também, numa visita à cidade pude
ver onde nasceu a Rainha Santa Isabel que a
guia turística fez questão de sublinhar ser mais um elo na grande amizade
entre Portugal e a Catalunha…
Também conheci, a par de tantos
catalães que não ocultavam uma nítida demarcação de Espanha, alguns outros que
detestavam o Barcelona e eram adeptos do Espanyol…
Apenas numa coisa não consegui
corresponder à simpatia daquela gente que me dizia que, por certo e como
português, entenderia melhor o catalão do que o castelhano. Mas não era
verdade. A influência do francês é bem marcada e torna o catalão difícil de
entender em muitas palavras de mistura. Outras são iguais, mas…
Hoje, os nossos “aliados” do
leste da Península, vão às urnas, numas eleições que podem dar aso a um
processo independentista que resulta de um sentimento de nacionalidade que,
conforme mo disseram, nunca perderam!
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