Agora, o “programa
eleitoral” será a resposta ao convite de Passos Coelho para “refundar” o acordo
com a Troika! Não poderia haver denúncia mais óbvia.
É, simplesmente, oportunista
esta estratégia de contrapor um programa de intenções a uma realidade que, já
todos o vimos, escapa às previsões dos maiores especialistas que, sem excepção,
já disseram tudo e o seu contrário quanto às causas e às soluções desta crise
sem fim. Brilhante porque sabe que as promessas vão cair bem em muita gente que
não tem como entender que este pode ser o maior logro da sua vida, mesmo
sabendo como as promessas eleitorais são efémeras e enganadoras.
Os tempos são outros e
tornam cada vez mais difícil, pelas carências reais que o dia a dia nos mostra,
cumprir as promessas eleitorais cuja tradicional generosidade nunca inclui a
contenção que a falta generalizada de meios impõe.
Seguro já foi muito claro
no que disse que seriam as suas primeiras atitudes se fosse Primeiro-Ministro. Antes
de mais negociaria as condições do resgate e, depois, promoveria o crescimento
económico…
Para além de não acreditar
que essa renegociação não tenha sido, por mais de uma vez, uma das preocupações
do actual Governo e nem que medidas para promover o crescimento não estejam,
constantemente, a ser procuradas, ninguém pode garantir os resultados de
quaisquer negociações nem o crescimento económico se promove com a rapidez
bastante para, no entretanto, evitar a austeridade a que as nossas obrigações
nos impõem. Perante isto eu pergunto como poderia Seguro evitar a austeridade se
conquistasse o poder.
Parece a história daquela
azeitona que, teimosamente, fugia do garfo de alguém que a queria apanhar mas
que se deixou agarrar na primeira tentativa de alguém que, depois, se propôs fazê-lo.
Pudera, já estava cansada…
Mas como raio o PS espera
fazer com que haja eleições antecipadas?
Veremos…
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