Quem, depois de uma vida de
trabalho, do qual uma parte foi receita do Estado em contrapartida de uma
prestação futura, em tempo de velhice, se sente uma “ má despesa” que a Troika
quer ver cortada, não pode deixar de exigir do Governo uma declaração de repúdio
por esta manifestação de crueldade da “solidariedade” externa cínica que suportamos
em dura austeridade.
Não faz qualquer sentido que a
quem já não tem outro modo de sobreviver senão o que os descontos que fez para
a Segurança Social lhe asseguram seja tão ou mais sobrecarregado em cortes e em
impostos do que outros dotados de recursos físicos que os idosos já não têm.
Se, para além disso, é
considerado uma MÁ DESPESA, está desmascarada uma “solidariedade” cínica e sem
coração que é esta de uma “ajuda” interesseira mas não interessada na
humanidade que qualquer administração consciente não pode deixar de ter em
conta.
Não têm os idosos sindicato ou
lobby que defenda os seus direitos. Têm, apenas, o direito ao voto que todos
têm mas que de pouco ou nada vale num país de tão maus políticos.
Não posso deixar de registar aqui
a minha repulsa por mais esta manifestação de desumanidade que, se acontecer
como a Troika pretende, se manifestará na redução das reformas a que, pelas
suas contribuições, têm direito e nos cuidados de saúde nos quais, muito
provavelmente, serão preteridos.
Que pensará a Troika de um tal “sei
lá se é” acerca do direito à vida de alguém que, apesar de ser idoso, é gente
que merece ser tratada com respeito pelos mais novos que trouxeram a este
mundo.
Tenho sido compreensivo com as medidas a que um governo de socialismo demagógico obrigou, apesar para tal não ter contribuído com gastos que não pudesse suportar e do momento tardio da minha reforma aos 74 anos, mas não posso deixar de manifestar, por mim e pelos demais idosos, o mais profundo repúdio pela desumanidade que a posição da Troika manifesta.
Espero que o Governo o faça também!
Espero que o Governo o faça também!
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