O erro cometido por Costa
nas apreciações que fez ao Orçamento de Estado apresentado pelo Governo e, no
mínimo, preocupante.
A confusão feita por Costa
para dizer que Portugal aproveita mal os fundos comunitários, indicando taxas
muitos baixas de execução utilizando um quadro correspondente a outros valores,
mostra uma impreparação que um futuro primeiro-ministro de Portugal não pode
ter. Além disso, presta-se a uma propaganda maliciosa e desrespeitadora da
capacidade de percepção dos portugueses que pretende que o escolham para
funções para cujo desempenho mostra não ter os conhecimentos necessários, além
de uma precipitação inaceitável a que a ânsia de conquistar o poder o levou.
Porventura habituado às baixas
taxas de execução dos tempos em que foi ministro, não deve ter reparado nas
mudanças que, depois disso, aconteceram e fazem de Portugal um dos países com
mais elevadas taxas de aproveitamento de fundos de toda a União Europeia.
Convocar uma conferência
de imprensa para demonstrar ignorância ou é um caso de loucura ou de provocação
a um povo que sofre a dureza da recuperação da bancarrota em que o seu partido
o deixou para confundir a sua capacidade de escolha e aconteça mais uma mudança
que nada melhorará. Pelo contrário.
É pouco tranquilizador que
alguém em quem muita gente deseja confiar o futuro do país se preste à ironia
do membro de um governo que teria de ser bastante melhor se uma Oposição competente
o enfrentasse e fique sem resposta quando dele se diz "e confrontado com essa confusão, limitou-se
a dizer que acertou nos movimentos financeiros. É um pouco como alguém que
confunde quilos com metros e confrontado com isso diz que acertou nos quilos
ainda que estivesse a medir distâncias".
Mas pode acontecer que
apareçam, para além de António Costa, mais candidatos ao governo do país e, assim,
tenhamos mais hipóteses de escolha entre gente bem preparada, quem sabe se até o
seu primo José Castelo Branco que, faz já algum tempo, me recordo de ter revelado a sua eventual
disponibilidade para ingressar na política! E por que não talvez se disponham
a fazer alguma coisa pelo país um ou outro daqueles que, até agora, se têm limitado a criticar
o que o Governo faz.
Mas haja esperança, porque há
muita gente competente escondida por aí…