Como prometera, Marinho e
Pinto deu a conhecer, em pormenor, o que lhe vêm pagando na actividade de
deputado europeu para que foi eleito. Assim mostra, em pormenor, a “obscenidade”
dos valores que recebem esses “representantes não sei de quem” que por ali andam
sem fazer coisa que preste, nada que mude esta Europa que, vistas bem as coisas
e ao fim de tantos anos, continua a ser a manta de retalhos que sempre foi.
O que Marinho e Pinto revela
que lhe pagam, 40.000 euros em três meses, corresponde ao valor do salário mensal, a subsídios diários
pela presença em plenário, a reuniões ou delegações, a subsídios de distância e
a valores atribuídos para despesas gerais.
Em Portugal, os mais
qualificados que trabalham por conta de outrem, ganham, num ano, pouco mais de
metade do que os deputados europeus ganham em três meses, do que resulta a
absurda razão de 1 para 8.
Mas não é isso que parece ser
o que preocupa Marinho e Pinto que acha miserável o que, em Portugal, se paga
aos membros dos órgãos de soberania.
Por exemplo, um deputado em
regime de exclusividade, seja qual for a sua formação de base ou a competência que
possua para desempenho do lugar, ganha 3.515,36 euros mensais, menos 325,88
euros os que se decidam pela não exclusividade que, sem dúvida, muito mais lhes
renderá do que o salário de exclusividade lhes garante. Uma muito pequena esta
diferença que, logicamente, deve corresponder à diferença de produtividade
entre os que exclusivamente se dedicam às funções parlamentares e os outros.
Nem quero pensar na conclusão que tal consente…
Mas, para além da
remuneração indicada, os deputados têm regalias diversas que constituem um
acréscimo significativo ao seu salário real e os torna privilegiados perante o
cidadão comum que representam e cuja sobrevivência é bem mais trabalhosa do que
marcar presença e debitar o que, tantas vezes, não passa de uma cassete
desgastada, de repisados discursos pouco qualificados e, por vezes, reveladores de grande ignorância.
É óbvio que há gente que
vive num mundo diferente daquele onde a maioria tem salários muito baixos ou nem
sequer os tem e vivem, por isso, em condições das quais os privilegiados deste
país não fazem uma pálida ideia. É a imensa maioria da qual também a maioria criou
o hábito de se contentar com as migalhas que caem da mesa onde, os “mal pagos”
de Marinho, se banqueteiam.
Em Portugal, o salário
mínimo de 505 euros não passa de cerca de 61% da média dos países europeus onde
foi estabelecido e não vai além de 26% do valor máximo. É, mesmo, o mais baixo de
todos.
É muita, é demais, a gente que ganha o salário mínimo em Portugal onde Marinho e Pinto prefere preocupar-se com o “pouco” que ganham aqueles por culpa de quem ele é tão baixo!
Fico apreensivo quando vejo multidões que endeusam, aplaudem e guindam ao poder os que, inevitavelmente, acabarão por explorá-las, porque não posso deixar de pensar nos absurdos pelos quais sempre haverá exploradores e explorados!
Fico apreensivo quando vejo multidões que endeusam, aplaudem e guindam ao poder os que, inevitavelmente, acabarão por explorá-las, porque não posso deixar de pensar nos absurdos pelos quais sempre haverá exploradores e explorados!
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