Pela terceira vez, este
ano, o “World Economic Outlook” (WEO) revê em baixa o crescimento da economia
mundial, o que, sem qualquer dúvida, nos deve levar a pensar melhor nas
alternativas a um caminho que, ano após ano, vai dando razão aos que não
prevêem um grande futuro a um tipo de economia que apenas está saudável quando
são elevados os níveis de consumo que, está provado, não é possível sustentar.
Não se trata, ao contrário
do que muita gente possa julgar, da crise económica que afecta a Europa porque
é o mundo inteiro o palco destas cenas tristes que resultam da mais do que provada
incapacidade de dar a volta a uma realidade que os gurus da Economia, persistentemente,
ignoram.
As tão louvadas economias
emergentes, com elevadas taxas de crescimento, terão agora de contentar-se com crescimentos muito modestos, a Europa patina na estagnação e até a poderosa economia alemã
recua.
Quem imaginaria, neste
contexto de sobressaltos, no clima de protestos que vivemos e no conjunto das
dificuldades que sentimos que em Portugal que se verificará um crescimento
económico acima da média da União Europeia?
Segundo o FMI, o
crescimento mundial em 2014 e 2015 continuará aquém dos níveis registados em anos
anteriores, não conseguindo alcançar aqueles níveis elevados para os quais as fulgurantes economias
emergentes pareciam querer guindá-lo.
Como exemplos pode citar-se o Brasil onde o
esperado crescimento de 7% pouco ultrapassará 0% e a Alemanha que sofre os
efeitos de um decréscimo sucessivo da sua produção industrial que, no passado
Agosto, baixou 4%!
Como consequência, são
negativas as reacções dos “mercados” e dos consumidores cuja confiança,
conforme o indicador Sentix, caiu de -9,8 pontos em Setembro para -13,7 pontos
em Outubro.
Depois de tantos anos que
levamos de uma crise da qual parece não haver maneira de sair, é natural
perguntar por que razão não se tentam outras soluções que não as tradicionais
que, pelos vistos, não resultam, ou se admite, finalmente, ter de a economia
trilhar outros caminhos por onde possa satisfazer as necessidades do mundo onde,
como é visível também, a perturbação aumenta, podendo juntar aos problemas económicos
e sociais já tão graves, os que uma convulsão global irá, com certeza, piorar.
Vive o mundo uma guerra,
ou um conjunto de guerras, cujas consequências são difíceis de imaginar ao pormenor,
mas da qual, tal como sempre acontece, todos sairão derrotados, ainda que mais
uns do que outros.
DEDINIÇÕES:
WEO - pesquisa do
FMI que inclui diversos indicadores económicos, da qual resultam previsões
sobre a situação da economia mundial a curto e médio prazo.
SENTIX – é um
indicador resultante de uma pesquisa mensal entre 1.600 analistas financeiros e
investidores institucionais. Os participantes são questionados sobre sua
opinião em relação à situação económica actual e suas expectativas para os
próximos seis meses na zona do euro, Estados Unidos, Japão, Ásia excluindo o
Japão, Europa Oriental e América Latina.
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