Há já três anos que o
salário mínimo em Portugal não era ajustado e se mantinha inferior a 500 euros mensais, pelo que o aumento
agora decidido me parece mais do que justificado.
Trabalhar um mês inteiro
para receber tão pouco, parece-me uma afronta à dignidade de quem se esforça
cumprindo os seus deveres para se manter e manter a sua família.
Alguns haverá, quantos não
sei, que pela sua falta de empenhamento nem aquele salário merecem. Tenho a
certeza que sim, mas essa é outra questão a resolver de um outro modo porque
haverá, entre os que não têm emprego, quem se disponha a merecer o que esses outros
não só não merecem como impedem que os demais possam ganhar melhor pelo seu
trabalho.
Mas parece-me que os
sindicatos ainda não perceberam isso!
Perante as dificuldades e
as carências que sentimos, é mais do que hora para olhar para estas coisas com
frontalidade, substituindo os “direitos” por oportunidades para que os
interessados e competentes possam dar o seu contributo ao desenvolvimento da
nossa economia.
Apesar do valor reduzido
do aumento, uns simples vinte euros, a Troika mostrou-se desagradada e deseja
mesmo, na próxima vinda a Portugal, discutir o assunto com o Governo.
Obviamente, nunca gostei
da Troika e senti-me humilhado pela intervenção daquelas “inteligências”
canhestras que a estupidez do governo de Sócrates, infelizmente, justificou.
Mas é hora de nos guiarmos
pela nossa cabeça e, assim, juntos fazermos frente aos problemas que temos e
afastar, de vez, as corujas agoirentas que nos sufocam, limitando-os à
verificação do cumprimento das metas com que nos comprometemos, sem intervir no
modo como o fazemos.
Mas tal não bastará porque
outras iniciativas são necessárias para por fim às disparidades que existem
nesta Europa onde a solidariedade continua a ser uma distante miragem.
Jamais numa Europa
solidária as diferenças seriam aquelas que existem e são bem visíveis na figura
que mostra que, com excepção de alguns países do Leste da Europa recém chegados
à UE, Portugal tem o salário mínimo mais baixo, com um valor ridículo quando comparado
com os dos “tubarões” a quem me parece que tais diferenças interessam.
Mas para ultrapassarmos
isto seria necessário por de lado as estúpidas competições em que estamos mais
empenhados do que na recuperação do país que, a continuar assim, legaremos esfarrapado
aos nossos filhos e netos. Esta é a mais reprovável e nojenta falta de solidariedade que se possa conceber
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