ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 28 de outubro de 2014

GESTÃO SÉRIA OU “MIRACOLOGIA POLÍTICA”?


Estive a ler uma notícia sobre o Lloyds Bank, o colosso financeiro inglês que o português Horta e Costa dirige, e não pude deixar de pensar nas promessas de autênticos “milagres” que os políticos que querem alcançar ou conservar o poder nos fazem e nos quais nós, os eternos crentes na “miracologia política”, acreditamos mesmo depois de a realidade nos mostrar que jamais se conseguiu descobrir como fez Cristo o milagre da multiplicação dos pães.
Habituámo-nos a aceitar muitas coisas que pareciam impossíveis como maravilhas de que a inteligência humana é capaz e para as quais só o infinito seria o limite. Por elas a Humanidade alcançaria a felicidade que o crescimento económico continuado iria trazer com a multiplicação das inutilidades que nos impingia, ignorando, ao mesmo tempo, as básicas e humaníssimas necessidades que mais de metade dos seres humanos não consegue satisfazer.
Horta e Costa foi mais natural no que fez para retirar um grande banco do buraco negro em que caíra e no qual o Estado inglês já colocara enormes quantias, com isso evitando um descalabro tão estridente como o fora o que aconteceu com outros colossos, como o Lemans Brothers, por exemplo.
Em vez de tentar milagres, Horta e Costa preferiu fazer uma gestão séria e, depois de prescindir dos serviços de cerca de 40.000 funcionários e fechar 600 das 2.000 agências que o grupo tinha, propõe-se ainda, até 2017 e apesar de já ter feito o banco regressar aos lucros, fechar mais 150 agências e dispensar mais 9.000 funcionários! Ele sabe que não basta regressar aos lucros para garantir a sustentabilidade e que é indispensável reduzir os custos com os quais se alcançam para que se garantam os postos de trabalho dos que não foram dispensados.
Penso que é isto que a maioria de nós não quer entender porque prefere, ainda, a miragem do mundo de abundância que o nosso mundo não é e a vida de conforto que a nossa Natureza não consente ter.
As limitações são tão óbvias que apenas uma profunda ilusão as não consegue ver.
E é altura de recordar o que, numa breve discussão, um economista me respondeu quando lhe fiz notar as limitações de recursos que a Economia nunca considera nas suas teorias. E atirou-me à cara com a lei universal de Einstein que diz que a toda a matéria, seja ela do tipo que for, corresponde energia, bastando saber como a aproveitar.
Simplesmente se esqueceu, para além dos “pormenores” tecnológicos e ambientais que tal implica e constituem os limites do consumismo irreverente, de que seria autofágico o processo que à Economia permitira dispor dos meios de que necessita para se manter crescente.


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