Estive a ler uma notícia
sobre o Lloyds Bank, o colosso financeiro inglês que o português Horta e Costa
dirige, e não pude deixar de pensar nas promessas de autênticos “milagres” que os
políticos que querem alcançar ou conservar o poder nos fazem e nos quais nós,
os eternos crentes na “miracologia política”, acreditamos mesmo depois de a
realidade nos mostrar que jamais se conseguiu descobrir como fez Cristo o
milagre da multiplicação dos pães.
Habituámo-nos a aceitar
muitas coisas que pareciam impossíveis como maravilhas de que a inteligência
humana é capaz e para as quais só o infinito seria o limite. Por elas a
Humanidade alcançaria a felicidade que o crescimento económico continuado iria
trazer com a multiplicação das inutilidades que nos impingia, ignorando, ao
mesmo tempo, as básicas e humaníssimas necessidades que mais de metade dos seres
humanos não consegue satisfazer.
Horta e Costa foi mais
natural no que fez para retirar um grande banco do buraco negro em que caíra e
no qual o Estado inglês já colocara enormes quantias, com isso evitando um
descalabro tão estridente como o fora o que aconteceu com outros colossos, como
o Lemans Brothers, por exemplo.
Em vez de tentar milagres,
Horta e Costa preferiu fazer uma gestão séria e, depois de prescindir dos
serviços de cerca de 40.000 funcionários e fechar 600 das 2.000 agências que o
grupo tinha, propõe-se ainda, até 2017 e apesar de já ter feito o banco
regressar aos lucros, fechar mais 150 agências e dispensar mais 9.000
funcionários! Ele sabe que não basta regressar aos lucros para garantir a
sustentabilidade e que é indispensável reduzir os custos com os quais se
alcançam para que se garantam os postos de trabalho dos que não foram dispensados.
Penso que é isto que a maioria
de nós não quer entender porque prefere, ainda, a miragem do mundo de
abundância que o nosso mundo não é e a vida de conforto que a nossa Natureza
não consente ter.
As limitações são tão
óbvias que apenas uma profunda ilusão as não consegue ver.
E é altura de recordar o
que, numa breve discussão, um economista me respondeu quando lhe fiz notar as
limitações de recursos que a Economia nunca considera nas suas teorias. E
atirou-me à cara com a lei universal de Einstein que diz que a toda a matéria,
seja ela do tipo que for, corresponde energia, bastando saber como a
aproveitar.
Simplesmente se esqueceu,
para além dos “pormenores” tecnológicos e ambientais que tal implica e
constituem os limites do consumismo irreverente, de que seria autofágico o processo
que à Economia permitira dispor dos meios de que necessita para se manter
crescente.
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