Nas “notícias ao minuto”
li esta afirmação atribuída a um professor de economia do ISEG: O economista
Carlos Farinha Rodrigues responsabilizou o actual governo pelo agravamento da
pobreza em Portugal e alertou que mesmo havendo uma mudança de políticas, o
país vai demorar "muitos anos" até conseguir reparar os danos
causados.
Habituado
que fui a aprender com professores, não podia deixar de ler o mais que ele
havia dito, esperando encontrar as explicações que justificassem esta afirmação
tão intensamente dramática.
Mas
não encontrei! Não vi mais do que o vulgar “lixo” desinformativo que os que se
põem em bicos de pés atiram para o ar para dar nas vistas, com a
irresponsabilidade de quem fala por falar.
Para
além de uma frases sobre “a forte contenção orçamental”, o “descurar a coesão
social estamos a pôr em causa, não só a situação dos pobres, mas também a
qualidade da nossa democracia e da nossa vida em comum", "as
políticas deste governo agravaram claramente a situação, em termos de
pobreza" e outras que o levam a firmar que "vai demorar muitos
anos até reparar os danos que ocorreram durante estes três ou quatro anos",
nada encontrei que fundamentasse afirmações que, pensava eu, um professor
universitário não deveria fazer sem as justificar.
Descreveu
a realidade como lhe pareceu bem fazer, mas para ela não encontrou outra
explicação senão os danos causados por um governo que, ele não o diz, teve de
reparar os que outro causara ao ponto de deixar o país na bancarrota!
Também
fui professor e jamais me atreveria a fazer afirmações como estas sem
devidamente as justificar. E nessa condição aprendi, também, que jamais se
encontram, nas razões de curto prazo, as que, de facto, justificam a situação que queremos
analisar.
Por
isso o professor Farinha nem, sequer, justifica a razão pela qual começa, a
contenção orçamental, inevitavelmente imposta pela situação de falência
financeira que erros clamorosos de outro governo causaram. Como se a contenção
orçamental fosse o princípio de tudo, o pecado original que jamais se deveria
cometer!
Tudo
o mais são consequências de uma situação de graves carências que não deixavam
grandes alternativas nos procedimentos a adoptar, ainda que o pudessem ter sido
de um modo mais adequado a uma situação em que o regresso ao passado de gastos
levianos para dinamizar a economia está, pelas mais variadas razões que o
professor deve desconhecer, fora de questão.
Esperava,
obviamente, aprender com um professor como sempre ao longo da minha vida
aprendi. Mas fiquei sem saber que erros este governo cometeu e, menos ainda, como
serão corrigidos ao longo do muito tempo que diz que a tarefa vai levar, para
além de nem sequer me atrever a pedir-lhe que me diga como deveria ter feito o
governo para os evitar.
Fui,
esperançado, ler o que esperava fosse uma lição mas deparei-me como um discurso
próprio para quem, sem reclamar, come toda a palha que lhe deitem.
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