ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A SUSPEITA DA RAZÃO DA MAIORIA

Não sou, de todo, candidato a coisa nenhuma. Também não estou à espera de “tachos” que algum vencedor me possa oferecer, pelo que, dos que disputam o poder, apenas me interessa a competência que revelarem para governar este país onde nasci e onde vivo com a minha família por cujo futuro, infelizmente, estou cada vez mais preocupado.
Tenho mil e uma razões para me preocupar assim pois, de tantas coisas que já vi neste regime pelo qual tanto suspirei em tempos que já lá vão e durante os quais também não recebi quaisquer benesses, apenas retiro a certeza de voluntarismos que umas vezes me parecem ingénuos e outras oportunistas, mas que, sejam eles o que forem, me tem roubado o sossego de uma vida tranquila para me fazer viver a intranquilidade de disputas feitas de promessas ocas, das quais o resultado é sempre o apertar de um cinto que já tem furos até à fivela!
Participo como posso nesta democracia que nasceu torta e cumpro os meus deveres de cidadão que se informa e se tenta esclarecer mas que, passadas as ilusões dos primeiros anos da mudança, vota mais pela negativa do que pela esperança de que passe a ser melhor.
Estamos às portas de nova mudança, tudo o faz crer. Será mais uma que me preocupa, tanto pelo desfaz que sempre acontece como pela desilusão que muitos em breve irão sentir por coisas que já os não deviam espantar. Porque, afinal, tem sido sempre assim.
Talvez porque se diga que “a esperança é a última a morrer”, mais uma vez os “romeiros” se preparam para uma festa que pouco vai durar e da qual, por fim, apenas o cansaço sobrará.
A vitória de Costa numas eleições inéditas em Portugal, mesmo sem envolverem mais do que 3% dos eleitores portugueses, foi o estoiro que promoveu a euforia que, sem quaisquer razões que se vejam, leva o povinho a mostrar uma disposição inequívoca para lhe dar a vitória nas próximas eleições legislativas, mesmo que se esteja a refazer o grupo que, desde o 25 de Abril, mais contribuiu para as desgraças que vivemos, pelas leviandades praticadas e pelas trapaças consentidas.
Não creio, pois, poder sentir, ainda desta vez, qualquer esperança de poder morrer tranquilo pelo futuro que fique assegurado para os que amo e por cá continuarão.
Infelizmente, a política continua a ser feita das leviandades próprias das euforias que criam os barulhos e as luzes das festas que iludem o povo que, estonteado, se não liberta das grilhetas dos que dele apenas querem o seu voto, nesta suspeita, em eleições repetida, de que a maioria tem razão.


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