Quando, em menos de 1 ano,
28 mulheres, vítimas de violência doméstica, acabam por ser mortas depois de
longo tempo de sofrimento que agressores anteriormente identificados lhes
infringem é, com toda a certeza, mais do que tempo para que esta questão seja
encarada de um modo mais determinado, de um modo que lhes tivesse garantido, de
facto, a protecção a que tinham todo o direito.
Pelo seu procedimento
inadequado, é o Estado conivente com estes assassínios cobardes quase todos
mais do que esperados pelas situações de violência que já eram vividas, muitas
delas até objecto de queixas prévias que as próprias vítimas apresentaram ainda
que, por se tratar de um crime público não fossem, sequer, necessárias.
Nada há que, em meu juízo,
justifique procedimentos burocratizados que protelam intervenções protectoras
quando haja segurança de pessoas e vidas em risco iminente como a infeliz
experiência de tantos casos permite, facilmente, identificar.
Mas vai o tempo passando,
gasto nas verbosidades inúteis de teorias estéreis que adiam as soluções óbvias
que tais casos devem ter.
Escutei ontem mais um
jurista falar dos confrontos de direitos que sempre se colocam em
casos desta natureza, para defender a privacidade a que os pedófilos têm
direito e, por isso, impedem a sua exposição que evitaria muitos dos futuros
crimes que, diariamente, acontecem. Não o ouvi falar dos direitos que se perdem pela prática de actos nojentos e criminosos como o são a violência doméstica e o abuso sexual de crianças!
Falou mesmo, de “pedofilia
pura” que distinguiu do “simples abuso sexual” a que muitas crianças são
sujeitas por indivíduos que não considera propriamente pedófilos! Como se tivesse alguma relevância a classificação do abusador perante os danos causados na criança abusada.
Obviamente, não vou
meter-me na discussão de questões de direito para além de dizer que esta “ciência
da justiça” me parece ter evoluído, em muitos casos, de modo bem diferente
daquele que é o sentimento daqueles em nome dos quais a justiça é feita. E
muitas vezes me pergunto porque deve ser essa “ciência” desenvolvida por
iluminados a classificar os actos que se praticam em vez de serem os
sentimentos expressos pela Sociedade a influenciar essa “ciência” que só tem
razão de existir para a defender.
Este caso da “ciência da
justiça” parece-me ser mais um daqueles que cristalizou no tempo sem se
aperceber das mudanças que ao longo do tempo aconteceram e ela deveria
contemplar para introduzir os aperfeiçoamentos que reclamam.
É que, neste caso, nem se
coloca a velha questão do que apareceu primeiro se o ovo se a galinha, por que
a Justiça só existe porque existe Sociedade.
Se a Sociedade reclama procedimentos
mais eficazes, mais céleres e seguros, tanto em defesa das vítimas de violência
doméstica como das crianças abusadas, compete à “ciência da justiça” adaptar-se
à vontade em nome qual ela existe.Em prol da defesa de direitos naturais de seres humanos NÃO SE CALE! EXIJA QUE SEJAM DEFENDIDOS.
Sem comentários:
Enviar um comentário